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Abilio Diniz é um herói para o consumidor brasileiro, diz Financial Times

Jornal inglês afirma que trajetória de sucesso do empresário é tida como exemplo, apesar de sua obsessão pelo poder

Abilio Diniz: trajetória de sucesso para consumidores, obsessão pelo poder no mundo empresarial (Edu Lopes/Veja)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2011 às 10h56.

São Paulo – O jovem gordinho, que era ridicularizado na escola, filho do dono de uma padaria, tornou-se um dos maiores empresários brasileiros. Abilio dos Santos Diniz, segundo o site britânico Financial Times , é um herói para os consumidores brasileiros. Já no mundo empresarial, sua postura diante das negociações entre Pão de Açúcar e Carrefour divide opiniões, afirma o FT.

Reportagem de hoje do site lembra que, aos 74 anos, amante de esportes – corrida e futebol – e com um bronzeado permanente, Abilio combina uma devoção católica a uma ética de trabalho duro. Apesar de ter se formado na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, em 1959, o maior aprendizado que Abilio traria para o mundo dos negócios aconteceu 30 anos depois, de acordo com o Financial Times, quando ele foi sequestrado por um grupo chileno.

"Ele voltou do sequestro de uma pessoa completamente diferente", disse Ana Maria Diniz, filha mais velho do bilionário, ao FT. O site lembra que, numa disputa interna, ele pressionou seus irmãos a reduzirem a rede de lojas e tornou a companhia pública. Logo depois, em 1999, Abilio convidou a rede francesa Casino a comprar uma participação do Pão de Açúcar, recorda o FT.

"Ele era inteligente o suficiente para saber que a concorrência estava chegando ao Brasil através do Carrefour, Walmart e outros, e decidiu se preparar para isso", disse um banqueiro que tem feito negócios com ele ao Financial Times.

O momento não poderia ser melhor. O então presidente Fernando Henrique Cardoso conduzia uma reforma econômica, mantida por seu sucessor Lula, diz o site. De repente os brasileiros tinham dinheiro, e Abilio e Casino estavam à espera de novos consumidores. Juntos, eles expandiram o grupo em uma rede com 1.647 lojas e receita de 36 bilhões de reais no ano passado, cita o site.

Assim como seu negócio cresceu, Abilio se tornou um obcecado pelo poder, aponta o Financial Times. Ele montou uma academia na sede do Pão de Açúcar e disse que executivos acima do peso não eram bem-vindos na empresa. "Ele realmente acredita que um executivo tem de estar em forma, mental e fisicamente, para que ele possa ser bom em seu trabalho", disse ao jornal Claudio Galeazzi, ex-executivo-chefe do Pão de Açúcar.

A postura de Abilio, de acordo com o FT, divide a opinião de seus pares. No caso da união com a Casas Bahia, as negociações foram turbulentas. "Ele tem um super ego", disse uma pessoa próxima ao Casino ao Financial Times. "Provavelmente o ego maior do mundo empresarial brasileiro."

Agora a lua de mel entre Abilio e o Casino já passou, constatou o site. Aparentemente insatisfeito com o acordo com a rede francesa, que terá o controle do Grupo Pão de Açúcar a partir do próximo ano, Abilio arranjou uma alternativa na fusão com o Carrefour. O Casino ficou horrorizado com a perspectiva de perder o controle de seu carro-chefe em mercados emergentes, conforme o FT.

Através da sua parceria com o presidente Pão de Açúcar, o grupo francês tem desfrutado a liderança em uma das histórias de sucesso econômico da última década – a ascensão de mais de 30 milhões de brasileiros para a nova classe média, lembrou o site.

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São Paulo – O jovem gordinho, que era ridicularizado na escola, filho do dono de uma padaria, tornou-se um dos maiores empresários brasileiros. Abilio dos Santos Diniz, segundo o site britânico Financial Times , é um herói para os consumidores brasileiros. Já no mundo empresarial, sua postura diante das negociações entre Pão de Açúcar e Carrefour divide opiniões, afirma o FT.

Reportagem de hoje do site lembra que, aos 74 anos, amante de esportes – corrida e futebol – e com um bronzeado permanente, Abilio combina uma devoção católica a uma ética de trabalho duro. Apesar de ter se formado na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, em 1959, o maior aprendizado que Abilio traria para o mundo dos negócios aconteceu 30 anos depois, de acordo com o Financial Times, quando ele foi sequestrado por um grupo chileno.

"Ele voltou do sequestro de uma pessoa completamente diferente", disse Ana Maria Diniz, filha mais velho do bilionário, ao FT. O site lembra que, numa disputa interna, ele pressionou seus irmãos a reduzirem a rede de lojas e tornou a companhia pública. Logo depois, em 1999, Abilio convidou a rede francesa Casino a comprar uma participação do Pão de Açúcar, recorda o FT.

"Ele era inteligente o suficiente para saber que a concorrência estava chegando ao Brasil através do Carrefour, Walmart e outros, e decidiu se preparar para isso", disse um banqueiro que tem feito negócios com ele ao Financial Times.

O momento não poderia ser melhor. O então presidente Fernando Henrique Cardoso conduzia uma reforma econômica, mantida por seu sucessor Lula, diz o site. De repente os brasileiros tinham dinheiro, e Abilio e Casino estavam à espera de novos consumidores. Juntos, eles expandiram o grupo em uma rede com 1.647 lojas e receita de 36 bilhões de reais no ano passado, cita o site.

Assim como seu negócio cresceu, Abilio se tornou um obcecado pelo poder, aponta o Financial Times. Ele montou uma academia na sede do Pão de Açúcar e disse que executivos acima do peso não eram bem-vindos na empresa. "Ele realmente acredita que um executivo tem de estar em forma, mental e fisicamente, para que ele possa ser bom em seu trabalho", disse ao jornal Claudio Galeazzi, ex-executivo-chefe do Pão de Açúcar.

A postura de Abilio, de acordo com o FT, divide a opinião de seus pares. No caso da união com a Casas Bahia, as negociações foram turbulentas. "Ele tem um super ego", disse uma pessoa próxima ao Casino ao Financial Times. "Provavelmente o ego maior do mundo empresarial brasileiro."

Agora a lua de mel entre Abilio e o Casino já passou, constatou o site. Aparentemente insatisfeito com o acordo com a rede francesa, que terá o controle do Grupo Pão de Açúcar a partir do próximo ano, Abilio arranjou uma alternativa na fusão com o Carrefour. O Casino ficou horrorizado com a perspectiva de perder o controle de seu carro-chefe em mercados emergentes, conforme o FT.

Através da sua parceria com o presidente Pão de Açúcar, o grupo francês tem desfrutado a liderança em uma das histórias de sucesso econômico da última década – a ascensão de mais de 30 milhões de brasileiros para a nova classe média, lembrou o site.

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