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A pergunta matadora que o maior investidor do mundo faz às startups

Masayoshi Son, do fundo japonês Vision Fund, mira empreendedores com faca nos dentes e sonhos enormes

Masayoshi Son: “Se dinheiro não fosse um obstáculo, até onde você iria?” (Koki Nagahama/Getty Images)

Masayoshi Son: “Se dinheiro não fosse um obstáculo, até onde você iria?” (Koki Nagahama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2019 às 12h29.

Última atualização em 25 de junho de 2019 às 12h44.

São Paulo — Em duas semanas, na virada do mês de junho, o japonês Masayoshi Son apresentou seu cartão de visitas ao mercado brasileiro, com dois cheques que somaram meio bilhão de dólares. Seu fundo de investimentos em negócios inovadores, o Vision Fund, virou sócio da rede de academias Gympass e do serviço de logística Loggi.

O SoftBank separou 5 bilhões de dólares para investir na América Latina, com prioridade para o Brasil. Ao longo dos próximos meses, deverá revolucionar o ambiente de empreendedorismo por aqui, assim como tem feito em países como China e Estados Unidos nos últimos três anos.

Son já arrecadou 100 bilhões de dólares para aportar em companhias inovadoras, um volume sem precedentes na história. Em dois anos, torrou 80% do dinheiro, com uma estratégia de investimentos única na história do capitalismo. Megainvestidores, como o americano Warren Buffett e o brasileiro Jorge Paulo Lemann, miram negócios estáveis e com oportunidades de cortes de custos. “Masa”, como é conhecido, mira empreendedores com faca nos dentes para mudar o mundo.

Para isso, busca sonhos grandes, enormes. Suas conversas de centenas para prospectar startups são breves e podem ser interrompidas por uma pergunta matadora: “Se dinheiro não fosse um obstáculo, até onde você iria?” Antes de o empreendedor ter tempo de pensar, vem o complemento: “E se sua concorrente tivesse esse mesmo tanto de recursos?”

David Wei, ex-diretor do gigante de comércio eletrônico Alibaba, apelidou Son de “Mr. Ten Times”, ou “Senhor Dez Vezes”. “Toda vez que eu explicava um plano ou modelo de negócios, a primeira reação de Masayoshi era perguntar se poderia ser dez vezes maior”, afirmou à agência de notícias Reuters.

Entre as principais empresas de seu portfólio estão negócios conhecidos, como o aplicativo de mobilidade urbana Uber, os prédios de coworking da imobiliária WeWork e o Alibaba. “Nos próximos anos, não veremos algumas companhias valendo 1 trilhão de dólares. Veremos, sim, várias empresas de 10 trilhões de dólares”, disse Son a EXAME em sua primeira entrevista a um veículo de imprensa brasileiro.

Alguma delas pode, por que não, sair da América Latina. O SoftBank não deve poupar recursos para turbinar a ambição. “Os donos de negócios da América Latina foram condicionados a ter menos ambições por uma histórica escassez de recursos. Um de nossos desafios é encontrar empreendedores promissores, mas com números ainda pequenos para o tamanho do mercado latino-americano”, diz Claure, líder do Innovation Fund e presidente do SoftBank International, divisão que cuida dos investimentos globais do grupo.

Um exemplo do tipo de ambição buscado pelo SoftBank está na Loggi, empresa de logística criada em São Paulo pelo francês Fabien Mendes. A loggi realiza 3 milhões de entregas mensais. Com 250 milhões de dólares do SoftBank na conta, projeta chegar a 150 milhões em três anos.

A reportagem completa com o investidor japonês está na capa da edição 1188 de EXAME, nas bancas, tablets e smartphones.

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