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A Oktoberfest tem um desafio extra: resgatar a cerveja alemã

Neste fim de semana começa a maior festa cervejeira do mundo em Munique, na Alemanha

PREPARAÇÃO PARA A OKTOBERFEST: a Alemanha tem o terceiro maior consumo per capita de cerveja do planeta, atrás de República Tcheca e Irlanda, com 115 litros por ano

PREPARAÇÃO PARA A OKTOBERFEST: a Alemanha tem o terceiro maior consumo per capita de cerveja do planeta, atrás de República Tcheca e Irlanda, com 115 litros por ano

DR

Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2018 às 06h22.

Última atualização em 21 de setembro de 2018 às 11h27.

A maior festa cervejeira do mundo, a Oktoberfest, começa neste fim de semana em Munique, na Alemanha, com um desafio extra nas costas: recuperar a indústria de cervejas do país.

O evento, criado em 1814, continua sendo um sucesso. Durante três semanas, 6 milhões de pessoas gastam cerca de 500 milhões de euros em copões de um litro de cerveja. Mas a demanda pela bebida cuja receita a Alemanha imortalizou em 1516 vem caindo ano após ano. O consumo per capita caiu 25% desde os anos 90.

A Alemanha tem o terceiro maior consumo per capita de cerveja do planeta, atrás de República Tcheca e Irlanda, com 115 litros por ano — é 70% mais que a média brasileira de 67 litros anuais.

A crise tem afetado cervejarias tradicionais, como a Warsteiner, criada em 1753, e deve levar a uma onda de consolidação entre as mais de 6.000 cervejarias do país. As causas da crise são o envelhecimento da população e mudanças de hábitos de consumo — os jovens tomam cada vez mais vinhos e drinques.

As tradicionais cervejarias alemãs também fecharam os olhos para a ebulição das cervejarias artesanais, que mudaram os mercados em países como Estados Unidos e Brasil. É delas que, tardiamente, pode vir a recuperação do setor. Enquanto os Estados Unidos têm mais de 3.000 cervejarias artesanais, a Alemanha tem apenas 200.

As grandes fabricantes do país, por sua vez, correm atrás do terreno perdido. Elas ficaram para trás na onda global de consolidação e hoje, juntas, têm menos de 2% do mercado mundial, segundo o Financial Times. A pujança do mercado local e a reunificação pós-queda do Muro de Berlim, segundo o FT, fizeram com que marcas como a Krombacher dessem menos valor para a expansão internacional que concorrentes como a Heineken, da pequena Holanda, ou a AB InBev, da Bélgica.

Se as marcas alemãs falharam em se tornar globais, o mesmo não se pode dizer da Oktoberfest. A festa alemã tem duas edições importantes no Brasil — a mais tradicional delas, em Blumenau (SC), a partir de 3 de outubro; e a novata, em São Paulo, com início marcado para 28 de setembro. Prosit!

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