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A estratégia que pode levar a Arezzo a dobrar nos próximos anos

Com uma expansão nos Estados Unidos acertada e com estratégia multicanal, ela poderá mais do que dobrar de valor nos próximos anos, afirma relatório

LOJA DA AREZZO, EM NOVA YORK: companhia deve divulgar bons números nesta quarta-feira / Brendan Mcdermid/ Reuters (Brendan Mcdermid/Reuters)

Karin Salomão

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 24 de outubro de 2018 às 06h00.

São Paulo - A Arezzo&Co , dona das marcas Arezzo, Schutz, Anacapri, Alexandre Birman, Fiever e Owme, tem um grande potencial pela frente. Com uma expansão nos Estados Unidos acertada, ela poderá mais do que dobrar de valor nos próximos anos, afirma relatório do Bradesco BBI.Esse cenário pode fazer com que as ações, hoje em torno de 46 reais, cheguem a 100 reais nos próximos quatro anos, de acordo com o documento, assinado pelo analista Richard Cathcart.

A expansão internacional é a saída para o crescimento de longo prazo, já que a empresa está perto da maturidade no Brasil, afirmou o presidente da companhia, Alexandre Birman, ao jornal Valor Econômico.Com uma participação de 27% no segmento de calçados no Brasil, a Arezzo ainda espera ganhar mercado, mas acredita que irá atingir o limite em alguns anos. Por isso, a marca de calçados precisa encontrar novos caminhos e regiões para manter o crescimento no longo prazo.

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A companhia está presente no mercado norte-americano há cinco anos, com as marcas Schutz e Alexandre Birman. Os sapatos da brasileira podem ser encontrados em grandes lojas de departamento, como a Nordstrom e a Bloomingdale’s, além de quatro lojas próprias em Nova York e Los Angeles.Agora, a região se tornou chave para a sustentabilidade de sua expansão."Os Estados Unidos são a grande mola propulsora do nosso crescimento no longo prazo", afirmou Birman ao veículo.

"Está ficando claro que a administração está prestes a adotar uma abordagem muito mais agressiva para o crescimento no maior mercado de calçados do mundo", afirmou o Bradesco BBI em relatório.Para fortalecer a operação norte-americana e dar continuidade a estratégia de expansão global da Arezzo&Co, a empresa contratou um novo executivo de Operações Internacionais, Wayne Kulkin, que assumiu a posição em maio.

No primeiro trimestre do ano, as vendas para o mercado externo cresceram 7,4% e foram responsáveis por 9,3% do faturamento total da empresa. Apenas nos Estados Unidos, que representam 57,5% de todas as vendas ao mercado externo, a receita registrou crescimento de 23,8% no último trimestre.

No entanto, não é fácil ter sucesso no país, que é ainda mais competitivo que o Brasil. Ainda que os executivos tenham detalhado os planos de expansão internacional, nem todos estão seguros do êxito dessa estratégia, diz o relatório. No entanto, os analistas comparam o desempenho da marca Schutz nos Estados Unidos com o da marca britânica Ted Baker. Ambas são marcas internacionais pouco conhecidas que chegaram no mercado há pouco tempo, com preços que as posicionam no segmento de luxo acessível.

O trunfo da Ted Baker foi a sua estratégia multicanal, com lojas próprias, franquias, vendas em lojas de departamento e comércio eletrônico. É o caminho que o banco espera que a Arezzo também siga.

Com o fortalecimento da marca no mercado, a empresa pode deslanchar e abrir mais lojas próprias, acredita o Bradesco BBI. Caso essas previsões se cumpram, o banco de investimentos espera um crescimento de vendas nos Estados Unidos de 35% ao ano para os próximos cinco anos, o que fará com que as vendas atinjam 115 milhões de dólares.

A companhia deve divulgar os números do terceiro trimestre do ano no dia 31 de outubro e a força do mercado internacional deve se confirmar.

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