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8 formas de identificar um candidato a emprego “picareta”

Cair na lábia de um mau profissional que apenas sabe se vender é um dos maiores problemas de um gestor; sabia como evitar


	Contratar um picareta significa perda de tempo e recursos com quem não merece. Mas há formas de evitar o desastre no processo de seleção dos candidatos
 (Roberto Negreiros/VOCÊ S/A)

Contratar um picareta significa perda de tempo e recursos com quem não merece. Mas há formas de evitar o desastre no processo de seleção dos candidatos (Roberto Negreiros/VOCÊ S/A)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 11 de julho de 2013 às 17h33.

São Paulo – Uma das bases do sucesso de qualquer executivo é saber recrutar uma boa equipe. Pessoas competentes e motivadas facilitam, em muito, a tarefa de qualquer homem de negócio de entregar resultados. O problema é como separar quem realmente faz o que diz, de quem apenas sabe se vender bem numa entrevista de emprego. Cair na lábia de um picareta é um dos maiores desastres que podem ocorrer a um gestor, já que significa perda de tempo e de recursos com quem não merece. E, claro, ficar com cara de ingênuo diante da empresa.

Os especialistas afirmam que há vários modos de desmascarar um enrolador em um processo de seleção. Confira, a seguir, algumas dicas para não ser trapaceado na hora de procurar um novo talento para o seu time:

1 - Observar se o candidato cita grandes feitos em curtos períodos no currículo

A headhunter e sócia da CTPartners Magui Lins de Castro trabalha apenas com seleção de presidentes e diretores de empresas e conta que já encontrou vários “candidatos picaretas”.

Ela diz, que em alguns casos, é possível reconhecê-los logo de cara, pelo currículo. “Se ele (o candidato) coloca números grandes para períodos muito curtos de tempo em cada empresa em que ele trabalhou, é um sinal amarelo. A menos que se trate de um ‘super homem’, isso é muito difícil”, explica.

2 - Estar atento à linguagem corporal

O clichê de que se pode dizer mais com gestos do que com palavras, durante uma entrevista de emprego, pode ser muito bem aplicado. “Se o candidato muda de posição logo depois de uma pergunta, pode ser um sinal de que ele está desconfortável; se ele olha para cima, geralmente é um sinal de que realmente acredita no que está dizendo, se olhar para baixo, não”, diz o headhunter e sócio da FLOW Executive Finders, Igor Schultz.

3 - Observar o tom de voz

Schultz diz que é natural o candidato mudar o tom de voz para enfatizar ou concordar com algo, mas que algumas variações também podem demonstrar que ele não está confortável com a situação.


4 - Elaborar perguntas situacionais e não hipotéticas

Para garantir que o entrevistado irá responder realmente o que interessa à empresa, é importante elaborar perguntas que não dêem margem para respostas genéricas, segundo Schultz. Ele diz que é preciso focar em situações reais e fatos.

“O ideal é dizer ‘cite um exemplo de uma situação em que você teve um problema com seu chefe; como você reagiu nesse caso?’ e não perguntar ‘o que você faria se tivesse um problema com seu chefe?’, exemplifica. 

5 - Fazer perguntas inquisitivas

Quando há a suspeita de que o candidato esteja mentindo sobre algo, uma alternativa é fazer perguntas que o surpreendam. “Pergunte ‘como foi isso? Qual foi a data em que aconteceu? Descreva o ambiente da situação. Quantas pessoas estavam na hora?’. Se não for verdade, ele vai gaguejar”, esclarece Schultz.

6 - Checar referências

Ouvir as pessoas que já trabalharam com o entrevistado é uma boa forma de conhecer um pouco mais sobre ele.  Magui Lins de Castro diz que sempre faz uma checagem “360°” e fala com dois superiores, dois pares e dois subordinados de um emprego anterior do candidado. “Se o cara for picareta, uma hora alguém abre o bico”, conta.

E para evitar conversar apenas com amigos e pessoas bem relacionadas com o candidato, a dica de Igor Schultz é pesquisar funcionários dos antigos empregos que ele não citou no currículo, nem na entrevista. 

7 - Conferir documentos

Pode parecer absurdo, mas há até quem minta sobre qual curso de graduação cursou e em qual instiuição. Basta lembrar-se do ex-presidente do Yahoo!, Scott Thompson, em cujo currículo constava um curso de Ciências da Computação que ele nunca fez. A opção nesses casos é conferir o diploma.

“Nós checamos todos os diplomas dos finalistas antes de dar continuidade ao processo. Não importa se ele já esteve na mesma função a qual ele concorre em outra empresa”, revela Magui.


8 - Aplicar testes comportamentais

Schultz diz que uma maneira eficiente de conhecer o candidato é  aplicar testes comportamentais durante o processo seletivo. São testes desenvolvidos por psicólogos que combinam perguntas de múltipla escolha sobre preferências,  sobre como a pessoa reage a uma determinada sitaução, como ela se comporta. As respostas são cruzadas e chega-se a um perfil aproximado em que o entrevistado se encaixa. 

“Picareta profissional”

De acordo com Magui, alguns candidatos picaretas são “profissionais”. Eles sabem os gestos, olhares e respostas mais eficientes para uma entrevista de emprego. Nesses casos, segundo ela, é preciso investir pesado nas perguntas. Pedir detalhes, datas e fazer perguntas técnicas. 

“É perguntar os porquês, dos porquês dos porquês. ‘Como foi? Por que começou? De onde saiu a ideia?’ Se não foi ele que fez, uma hora ele não vai saber responder. Esse tipo de picareta é bom de lábia e bem vestido. Ele fala enfaticamente, acredita na mentira em que está contando. Esse só dá pra pegar fazendo perguntas mesmo”.

E os tímidos e ansiosos?

Mas e quem não consegue ficar calmo e se soltar durante uma seleção? Magui diz que, se for realmente competente, não há problemas. “Ele (o tímido) pode até responder olhando só para a mesa, ou gaguejar na hora de dar a resposta. Mas se responde, se sabe os detalhes, é porque foi ele quem fez”.

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