6 previsões pessimistas que viraram negócios de sucesso
De compras remotas a veículos de passeio, negócios que já foram desacreditados no passado rendem milhões a empresas no presente
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2012 às 07h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h23.
Em 1966, a revista Time admitiu que o comércio remoto era tentador e viável. Comodidade à parte, o consumo a distância estaria fadado ao fracasso. “As mulheres gostam de sair de casa, gostam de lidar com a mercadoria, gostam da possibilidade de mudar de ideia”, escreveu a publicação. Quase meio século depois, ficou claro que elas – e também os homens – não são tão afeitos a empurrar o carrinho de compras. Com o advento e popularização da Internet, o comércio eletrônico ganhou força e transformou-se em um negócio lucrativo. No Brasil, o varejo virtual movimentou 18,7 bilhões de reais no ano passado. A soma pode parecer modesta perto do faturamento global da gigante Amazon. Sozinha, a companhia faturou 48 bilhões de dólares com seus mais de 130 milhões de consumidores. Mas é no crescimento do e-commerce que as grandes empresas apostam para continuar investindo por aqui. A B2W, que lidera o setor com os sites Americanas.com, Submarino e Shoptime, espera voltar ao azul depois de perder 89 milhões de reais em 2011. O resultado foi afetado pelos ajustes feitos nos processos de entrega e atendimento aos clientes. Ao que parece, a companhia deverá enfrentar um ambiente mais competitivo, com a expansão dos negócios da Nova Pontocom (Grupo Pão de Açúcar) e a entrada da Amazon no país, prevista para o segundo semestre.
De volta aos anos 40, o produtor de cinema Darry Zanuck, que mais tarde trabalharia em clássicos como "Cleópatra", traçou um futuro sombrio para as TVs. "A televisão não será capaz de se consolidar em nenhum mercado depois de seis meses", previu Zanuck. "As pessoas logo se cansarão de ficar olhando para uma caixa de madeira todas as noites". Com o tempo, é verdade, a madeira deu lugar a finas estruturas de plástico. Tubos de raios catódicos foram substituídos por telas de cristal líquido e displays de plasma. Mas a TV tornou-se cada vez mais popular. A Samsung, maior produtora do aparelho no mundo, prevê a venda de 25 milhões de TVs de tela plana em 2012. Neste trimestre, a divisão de televisores reportou um lucro de mais de 370 milhões de dólares, quatro vezes superior ao obtido no ano anterior. A chegada - e permanência - das televisões também criou espaço para mercados diferentes, de emissoras a empresas de TV a cabo. Dos 31,6 bilhões de reais movimentados pela publicidade no Brasil em 2011, 63% foram destinados a espaços comprados na TV aberta. Emissora líder, a Globo faturou sozinha cerca de 11 bilhões de reais.
Em 1959, a IBM afirmou que o potencial mercado para máquinas copiadoras seria de, no máximo, 5.000 unidades. A trajetória da Xerox mostra que a demanda superaria – em muito – a módica previsão nos anos seguintes. Presente em 160 países, a empresa tem cerca de 140.000 empregados no mundo. Em 2011, sua receita foi de 22,6 bilhões de dólares. Segundo Ursula Burns, CEO da empresa, o propósito da Xerox nunca foi de apenas fazer cópias, mas de facilitar o compartilhamento de informações. Não por menos, a empresa construiu um laboratório na Califórnia no fim dos anos 60 para promover o desenvolvimento de novas tecnologias. A impressão a laser nasceria ali, bem como a interface gráfica e o computador pessoal. Mais tarde, a companhia seria criticada por não emplacar comercialmente alguns de seus projetos pioneiros, dando espaço à Apple e Microsoft. Mas os reveses parecem ter deixado sua lição. Hoje, a Xerox oferece serviços de TI e softwares para empresas, além de comercializar as famosas máquinas copiadoras, scanners e impressoras. Depois de adquirir a Affiliated Services em 2010, a empresa também busca crescer no mercado de gerenciamento e automação de pagamentos eletrônicos.
No lugar do pasto, o combustível: há mais de um século, era difícil acreditar que os carros tirariam dos cavalos a função de locomover o homem. Quando questionou um banqueiro a respeito da possibilidade de investir na Ford Motor Company, o advogado de Henry Ford ouviu esse mesmo discurso. “O cavalo está aqui para ficar, o automóvel é apenas uma novidade, uma moda passageira”, afirmou o presidente do Michigan Savings Bank, em 1903. O mundo mudou deste então. E parte dessa transformação deve-se ao crescimento da indústria automobilística, que influencia políticas trabalhistas e decisões econômicas de governos. Depois da crise de 2008, as empresas também voltaram a lucrar. Em 2011, a Ford vendeu mais de 2,6 milhões de veículos. A receita líquida das operações passou de 6,5 bilhões de dólares para 20,2 bilhões, um aumento de mais de 200%. No Brasil, a empresa ocupou a quarta posição no ranking das maiores montadoras no país. Com participação de 9,2% do mercado e 244.000 emplacamentos em 2011, a empresa ficou atrás da Fiat, Volkswagen e GM.
Primeiro gadget da Apple a cair no gosto popular, o iPod tinha, na visão de seus detratores, data certa para cair no ostracismo. “No próximo Natal, o iPod estará morto e acabado”, disse Alan Sugar, fundador da empresa britânica de hardware Amstrad, em 2005. Com a chegada do iPhone e do iPad, o dispositivo que armazena músicas já não goza da mesma popularidade. Ainda assim, o iPod nunca deixou de ser comercializado. Só no primeiro trimestre de 2012, foram 7,7 milhões de unidades. No mesmo período, a Apple vendeu 35,1 milhões de iPhones, 11,8 milhões de iPads e 4 milhões de computadores Mac. Como resultado, a companhia reportou um lucro líquido de 11,9 bilhões de dólares, quase o dobro do resultado obtido no mesmo período do ano passado.
“Não há razão nenhuma para que um indivíduo tenha um computador em casa”, sentenciou Ken Olson, presidente da Digital Equipment Corporation (DEC). Famosa por seus computadores na década de 70, a empresa foi comprada pela Compaq, que se fundiu mais tarde com a Hewlett-Packard (número 1 em vendas de PCs no mundo). A própria movimentação do setor dá mostras de que os computadores não vieram a passeio. Com o tempo, o uso das máquinas saiu das esferas militar e corporativa e entrou na casa das pessoas comuns. Dados de 2010 do IBGE apontam a existência de quase 22 milhões de domicílios brasileiros com computador. Se em 2000 apenas 10,6% das famílias tinham computador em casa, hoje quase 40% contam com o micro - maior crescimento registrado entre os bens duráveis. Sozinha, a Positivo, maior fabricante de computadores no Brasil, vendeu 2,4 milhões de PCs em 2011, aumento superior a 20% em relação ao ano anterior. O lucro da empresa, por outro lado, caiu 74%, chegando a 24,7 milhões de reais.
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