4 bancos brasileiros que deram dor de cabeça nos últimos meses
Disfarçar maus resultados com irregularidades contábeis já causaram problemas a várias instituições
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2012 às 11h29.
São Paulo – O sistema bancário não perdoa maus resultados. A pressão para gerar ganhos para os investidores e lucros para os controladores é imensa – pergunte a qualquer um que trabalho no ramo.
A grande maioria dos bancos busca bater suas metas pelas vias legais, mas, de tempos em tempos, algum cai na tentação de disfarçar números ruins com artifícios contábeis. E, de tempos em tempos, o Banco Central intervém para deter esses desvios de conduta. Às vezes, o problema é tão grande que a única solução é fechar o banco.
Veja, a seguir, quatro bancos que renderam muita dor de cabeça ao sistema financeiro nos últimos tempos:
Banco PanAmericano
Desde a falência do Banco Santos, no já longínquo ano de 2005, não se via um caso tão barulhento no setor. O rombo do PanAmericano , então controlado pelo empresário e apresentador Silvio Santos , veio à tona em novembro de 2010.
O buraco nas contas foi estimado, inicialmente, em 2,5 bilhões de reais. Descobriu-se, com as investigações do Banco Central, que era bem maior: 4,3 bilhões. O rombo foi causado, segundo o BC, por uma fraude contábil: o banco vendia carteiras de crédito, mas não dava baixa em seus ativos – o que inflava os resultados artificialmente.
Socorrido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o PanAmericano acabou vendido para o BTG Pactual, de André Esteves, no início do ano seguinte.
Banco Morada
Em abril do ano passado, o minúsculo Banco Morada, com apenas uma agência no Rio de Janeiro, sofreu a intervenção do Banco Central. O BC encontrou um nível elevado de exposição do banco, o que comprometia seu patrimônio líquido. O FGC assegurou a cobertura de 32% dos depósitos à vista da instituição, na época.
Em outubro de 2011, o BC decretou a liquidação do banco, isto é, seu fechamento. Os interventores afirmaram que não havia mais saídas para o Morada – e seus controladores não apresentaram um plano consistente de recuperação judicial. Esta foi a primeiro liquidação de uma instituição bancária, no Brasil, desde o Banco Santos.
Banco Oboé
Com sede em Fortaleza (CE), o Banco Oboé teve sua intervenção decretada pelo Banco Central em setembro do ano passado. Na época, a instituição contava com uma carteira de crédito de cerca de 190 milhões de reais, com foco em empréstimos consignados para funcionários públicos.
Em fevereiro de 2012, o BC oficializou a liquidação do Oboé. Os interventores afirmaram que não havia solução para o banco, que se encontrava em uma situação de insolvência. O Oboé foi fundado em 1997 por José Newton Freitas, um ex-diretor do Bic Banco. Freitas teve seus bens bloqueados pela Justiça.
Banco Cruzeiro do Sul
O novo alvo de preocupações do sistema financeiro é o Banco Cruzeiro do Sul , cuja intervenção foi decretada pelo BC nesta semana. O rombo estimado é de 1,3 bilhão de reais, e o FGC assumiu a sua administração.
A Polícia Federal afirmou, nesta segunda-feira, que vai investigar se houve crime financeiro nas irregularidades contábeis encontradas pelo BC. Já o FGC evitou classificar o problema como fraude. Antes da intervenção, o Cruzeiro do Sul foi oferecido ao BTG Pactual – o mesmo que assumiu o PanAmericano. Neste caso, porém, as conversas não foram adiante e, agora, os interventores buscam reestruturar o banco da família Índio da Costa para vendê-lo.
São Paulo – O sistema bancário não perdoa maus resultados. A pressão para gerar ganhos para os investidores e lucros para os controladores é imensa – pergunte a qualquer um que trabalho no ramo.
A grande maioria dos bancos busca bater suas metas pelas vias legais, mas, de tempos em tempos, algum cai na tentação de disfarçar números ruins com artifícios contábeis. E, de tempos em tempos, o Banco Central intervém para deter esses desvios de conduta. Às vezes, o problema é tão grande que a única solução é fechar o banco.
Veja, a seguir, quatro bancos que renderam muita dor de cabeça ao sistema financeiro nos últimos tempos:
Banco PanAmericano
Desde a falência do Banco Santos, no já longínquo ano de 2005, não se via um caso tão barulhento no setor. O rombo do PanAmericano , então controlado pelo empresário e apresentador Silvio Santos , veio à tona em novembro de 2010.
O buraco nas contas foi estimado, inicialmente, em 2,5 bilhões de reais. Descobriu-se, com as investigações do Banco Central, que era bem maior: 4,3 bilhões. O rombo foi causado, segundo o BC, por uma fraude contábil: o banco vendia carteiras de crédito, mas não dava baixa em seus ativos – o que inflava os resultados artificialmente.
Socorrido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o PanAmericano acabou vendido para o BTG Pactual, de André Esteves, no início do ano seguinte.
Banco Morada
Em abril do ano passado, o minúsculo Banco Morada, com apenas uma agência no Rio de Janeiro, sofreu a intervenção do Banco Central. O BC encontrou um nível elevado de exposição do banco, o que comprometia seu patrimônio líquido. O FGC assegurou a cobertura de 32% dos depósitos à vista da instituição, na época.
Em outubro de 2011, o BC decretou a liquidação do banco, isto é, seu fechamento. Os interventores afirmaram que não havia mais saídas para o Morada – e seus controladores não apresentaram um plano consistente de recuperação judicial. Esta foi a primeiro liquidação de uma instituição bancária, no Brasil, desde o Banco Santos.
Banco Oboé
Com sede em Fortaleza (CE), o Banco Oboé teve sua intervenção decretada pelo Banco Central em setembro do ano passado. Na época, a instituição contava com uma carteira de crédito de cerca de 190 milhões de reais, com foco em empréstimos consignados para funcionários públicos.
Em fevereiro de 2012, o BC oficializou a liquidação do Oboé. Os interventores afirmaram que não havia solução para o banco, que se encontrava em uma situação de insolvência. O Oboé foi fundado em 1997 por José Newton Freitas, um ex-diretor do Bic Banco. Freitas teve seus bens bloqueados pela Justiça.
Banco Cruzeiro do Sul
O novo alvo de preocupações do sistema financeiro é o Banco Cruzeiro do Sul , cuja intervenção foi decretada pelo BC nesta semana. O rombo estimado é de 1,3 bilhão de reais, e o FGC assumiu a sua administração.
A Polícia Federal afirmou, nesta segunda-feira, que vai investigar se houve crime financeiro nas irregularidades contábeis encontradas pelo BC. Já o FGC evitou classificar o problema como fraude. Antes da intervenção, o Cruzeiro do Sul foi oferecido ao BTG Pactual – o mesmo que assumiu o PanAmericano. Neste caso, porém, as conversas não foram adiante e, agora, os interventores buscam reestruturar o banco da família Índio da Costa para vendê-lo.