A economia da zona do euro registrou, entre abril e junho, o seu mais forte crescimento dos últimos seis anos, ultrapassando a expansão dos Estados Unidos, informa o jornal britânico Financial Times. De acordo com o Eurostat, o departamento de estatísticas da União Européia, o Produto Interno Bruto  dos 12 países que formam o grupo cresceu 0,9% no último trimestre, impulsionado pelos negócios na França e na Alemanha.

"Em menos de dois anos, a Alemanha deixou de ser um país sem fôlego para se tornar um dos maiores prodígios do velho continente", diz o economista do Bank of America, Holger Schmieding.

Os números apontam uma virada na trajetória econômica da zona do euro, que desde o início da década registrava avanços lentos. Essa foi a primeira vez, desde 2001, que o crescimento da região ultrapassa o dos Estados Unidos. "A melhoria deve-se ao aumento dos investimentos e à recuperação do poder de compra dos consumidores. Estamos percebendo um crescimento sustentável, com incremento do mercado de trabalho", afirma a economista do Barclays Capital, Julian Callow.

Apesar dos resultados positivos, os economistas advertem para a possibilidade de redução no ritmo de crescimento nos próximos meses. O índice de confiança para negócios na Alemanha começou a recuar após 15 anos de alta. Os analistas ressaltam, ainda, que o menor crescimento dos Estados Unidos poderá prejudicar as exportações dos países europeus. Esses fatores, aliados ao arrocho fiscal - principalmente na Alemanha - poderão retardar o crescimento em 2007.