Zona do Euro aprova empréstimo ao FMI, mas Grã-Bretanha se recusa
No entanto, não está claro se o bloco atingirá sua meta de 200 bilhões de euros depois que a Grã-Bretanha se retirou do acordo
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2011 às 08h27.
Bruxelas - Os ministros da zona do euro concordaram nesta segunda-feira em aumentar os recursos do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) em 150 bilhões de euros para combater a crise da dívida e obtiveram apoio para mais dinheiro por parte dos aliados da União Europeia (UE). No entanto, não está claro se o bloco atingirá sua meta de 200 bilhões de euros depois que a Grã-Bretanha se retirou do acordo.
Depois de uma teleconferência de três horas, os ministros de Finanças da UE disseram que República Tcheca, Dinamarca, Polônia e Suécia, países de fora da zona do euro, também concederiam empréstimos ao FMI para ajudar a salvar o bloco de 17 países.
Mas a UE disse que esses emprestadores devem primeiro obter aprovação parlamentar, enquanto a Grã-Bretanha deixou claro que não participará do plano.
Isso deixa a zona do euro mais dependente do que nunca de grandes economias, como China e Rússia, que mostraram disposição para emprestar mais ao FMI. Os Estados Unidos, por sua vez, estão preocupados com a exposição do Fundo à zona do euro.
Os ministros tinham fixado a segunda-feira como prazo informal para chegar aos 200 bilhões de euros, o que foi acertado pelos líderes da UE em uma reunião de cúpula em 8 e 9 de dezembro, quando pediram que outras nações participassem.
"Os Estados-membros da zona do euro fornecerão 150 bilhões de euros em recursos adicionais por meio de empréstimos bilaterais para a conta de recursos gerais do Fundo", disseram os ministros de finanças da UE em um comunicado conjunto depois da teleconferência.
"A UE apreciaria que os membros do G20 e outros membros financeiramente fortes do FMI apoiassem os esforços para salvaguardar a estabilidade financeira global contribuindo para o aumento dos recursos do FMI", disse o comunicado.
Fontes do Tesouro britânico disseram que a Grã-Bretanha decidiu não contribuir para um aumento dos recursos do FMI. "Temos claro que não faremos uma contribuição", disse uma fonte do Tesouro, enquanto outra acrescentou que não há "nenhum acordo sobre os 200 bilhões" de euros em reforço do financiamento.
A UE, no entanto, foi mais diplomática, dizendo em seu comunicado que Londres tomará uma decisão sobre o assunto já no começo do novo ano no âmbito do G20.
O aumento dos recursos do FMI é visto como um pilar em uma estratégia multifacetada para fortalecer a capacidade de apagar incêndios da zona do euro e construir melhores defesas para seu futuro. Outro pilar é fazer o atual fundo de resgate da zona do euro - o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês) - mais flexível no modo como lida com a crise da dívida.
Pressões de ano novo
Em uma audiência no Parlamento Europeu, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, elogiou os esforços da UE para estabelecer um novo "pacto fiscal", como uma base sólida para responder à crise, e chamou o euro de um "projeto irreversível".
"Não tenho nenhuma dúvida sobre a força do euro, sobre sua permanência, sobre sua irreversibilidade", disse Draghi.
"Você tem muitas pessoas, especialmente de fora da zona do euro, que realmente gastam muito tempo no que eu acho que é uma especulação mórbida, especificamente: 'o que acontece se?' E todos eles têm cenários catastróficos para a zona do euro."
Mas ele disse que a pressão no mercado de bônus sobre a zona do euro seria "muito significativa" no primeiro trimestre, com cerca de 230 bilhões de euros de bônus bancários, até 300 bilhões de euros em bônus governamentais e o vencimento de mais de 200 bilhões de euros em dívidas com colaterais. "A pressão que os mercados de bônus vão experimentar é realmente muito, muito significativa, se não sem precedentes", afirmou.
Embora os líderes da UE tenham concordado em sua última cúpula em aumentar os recursos do FMI, há dúvidas sobre se o plano vai funcionar, com a falta de entusiasmo não apenas de Londres e Washington, como também do Bundesbank, o banco central alemão.
"Washington não pode disponibilizar empréstimos bilaterais para o FMI sem a aprovação do Congresso", disse o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, a uma rádio do seu país. "Não há chance disso e o governo norte-americano já deixou isso claro."
Com o fim do ano se aproximando, não há trégua na luta para tentar aliviar a pressão do mercado sobre os retardatários da zona do euro, como Itália e Espanha, enquanto esses países também se colocam prestes a implementar seus mais duros controles orçamentários.
O BCE vai oferecer fundos com prazo de três anos para os bancos pela primeira vez na quarta-feira, em um esforço para conter o congelamento dos empréstimos interbancários. A França espera que os bancos usem o dinheiro para comprar bônus da zona do euro, mais isso pode ser uma esperança vã, com os bancos sob pressão para reduzir o risco e reconstruir o capital.
Bruxelas - Os ministros da zona do euro concordaram nesta segunda-feira em aumentar os recursos do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) em 150 bilhões de euros para combater a crise da dívida e obtiveram apoio para mais dinheiro por parte dos aliados da União Europeia (UE). No entanto, não está claro se o bloco atingirá sua meta de 200 bilhões de euros depois que a Grã-Bretanha se retirou do acordo.
Depois de uma teleconferência de três horas, os ministros de Finanças da UE disseram que República Tcheca, Dinamarca, Polônia e Suécia, países de fora da zona do euro, também concederiam empréstimos ao FMI para ajudar a salvar o bloco de 17 países.
Mas a UE disse que esses emprestadores devem primeiro obter aprovação parlamentar, enquanto a Grã-Bretanha deixou claro que não participará do plano.
Isso deixa a zona do euro mais dependente do que nunca de grandes economias, como China e Rússia, que mostraram disposição para emprestar mais ao FMI. Os Estados Unidos, por sua vez, estão preocupados com a exposição do Fundo à zona do euro.
Os ministros tinham fixado a segunda-feira como prazo informal para chegar aos 200 bilhões de euros, o que foi acertado pelos líderes da UE em uma reunião de cúpula em 8 e 9 de dezembro, quando pediram que outras nações participassem.
"Os Estados-membros da zona do euro fornecerão 150 bilhões de euros em recursos adicionais por meio de empréstimos bilaterais para a conta de recursos gerais do Fundo", disseram os ministros de finanças da UE em um comunicado conjunto depois da teleconferência.
"A UE apreciaria que os membros do G20 e outros membros financeiramente fortes do FMI apoiassem os esforços para salvaguardar a estabilidade financeira global contribuindo para o aumento dos recursos do FMI", disse o comunicado.
Fontes do Tesouro britânico disseram que a Grã-Bretanha decidiu não contribuir para um aumento dos recursos do FMI. "Temos claro que não faremos uma contribuição", disse uma fonte do Tesouro, enquanto outra acrescentou que não há "nenhum acordo sobre os 200 bilhões" de euros em reforço do financiamento.
A UE, no entanto, foi mais diplomática, dizendo em seu comunicado que Londres tomará uma decisão sobre o assunto já no começo do novo ano no âmbito do G20.
O aumento dos recursos do FMI é visto como um pilar em uma estratégia multifacetada para fortalecer a capacidade de apagar incêndios da zona do euro e construir melhores defesas para seu futuro. Outro pilar é fazer o atual fundo de resgate da zona do euro - o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês) - mais flexível no modo como lida com a crise da dívida.
Pressões de ano novo
Em uma audiência no Parlamento Europeu, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, elogiou os esforços da UE para estabelecer um novo "pacto fiscal", como uma base sólida para responder à crise, e chamou o euro de um "projeto irreversível".
"Não tenho nenhuma dúvida sobre a força do euro, sobre sua permanência, sobre sua irreversibilidade", disse Draghi.
"Você tem muitas pessoas, especialmente de fora da zona do euro, que realmente gastam muito tempo no que eu acho que é uma especulação mórbida, especificamente: 'o que acontece se?' E todos eles têm cenários catastróficos para a zona do euro."
Mas ele disse que a pressão no mercado de bônus sobre a zona do euro seria "muito significativa" no primeiro trimestre, com cerca de 230 bilhões de euros de bônus bancários, até 300 bilhões de euros em bônus governamentais e o vencimento de mais de 200 bilhões de euros em dívidas com colaterais. "A pressão que os mercados de bônus vão experimentar é realmente muito, muito significativa, se não sem precedentes", afirmou.
Embora os líderes da UE tenham concordado em sua última cúpula em aumentar os recursos do FMI, há dúvidas sobre se o plano vai funcionar, com a falta de entusiasmo não apenas de Londres e Washington, como também do Bundesbank, o banco central alemão.
"Washington não pode disponibilizar empréstimos bilaterais para o FMI sem a aprovação do Congresso", disse o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, a uma rádio do seu país. "Não há chance disso e o governo norte-americano já deixou isso claro."
Com o fim do ano se aproximando, não há trégua na luta para tentar aliviar a pressão do mercado sobre os retardatários da zona do euro, como Itália e Espanha, enquanto esses países também se colocam prestes a implementar seus mais duros controles orçamentários.
O BCE vai oferecer fundos com prazo de três anos para os bancos pela primeira vez na quarta-feira, em um esforço para conter o congelamento dos empréstimos interbancários. A França espera que os bancos usem o dinheiro para comprar bônus da zona do euro, mais isso pode ser uma esperança vã, com os bancos sob pressão para reduzir o risco e reconstruir o capital.