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Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA

Em entrevista a um meio de comunicação ucraniano, presidente afirma que essa é a 'promessa' que republicano fez aos seus eleitores

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participa de uma entrevista coletiva com a vice-presidente dos EUA e candidata presidencial democrata, Kamala Harris (fora do quadro), antes de uma reunião privada, no escritório cerimonial do vice-presidente no Edifício Executivo Eisenhower, no campus da Casa Branca, em 26 de setembro de 2024 em Washington, DC (Drew ANGERER /AFP)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participa de uma entrevista coletiva com a vice-presidente dos EUA e candidata presidencial democrata, Kamala Harris (fora do quadro), antes de uma reunião privada, no escritório cerimonial do vice-presidente no Edifício Executivo Eisenhower, no campus da Casa Branca, em 26 de setembro de 2024 em Washington, DC (Drew ANGERER /AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 15 de novembro de 2024 às 20h43.

O presidente ucraniano, Voldymyr Zelensky, disse nesta sexta-feira, 15, que a guerra da Rússia contra seu país "terminará mais cedo" quando Donald Trump se tornar presidente dos EUA no próximo ano. O republicano, eleito presidente na semana passada, tomará posse em meados de janeiro.

"É certo que a guerra terminará mais cedo com as políticas da equipe que agora comandará a Casa Branca. Essa é a abordagem deles, a promessa que fazem aos cidadãos",  disse Zelensky em uma entrevista ao meio de comunicação ucraniano Suspilne, destacando porém que "não há uma data exata".

Zelensky faz referência à promessa do republicano de que acabaria com a guerra, reiterada inclusive durante uma chamada telefônica entre os dois em julho deste ano, quando Trump ainda era candidato republicano e prometeu resolver o conflito "em 24 horas". O magnata também já disse repetidas vezes que o conflito não teria começado se ele fosse presidente.

O presidente ucraniano descreveu a interação com Trump como construtiva e afirmou que o lado ucraniano pôde apresentar sua posição.

"Ele (Trump) ouviu a base sobre a qual nos posicionamos. Não ouvi nada contra nossa posição", afirmou o presidente, segundo o site Ukrinform.

Zelensky também foi questionado sobre uma eventual exigência de Trump para que participasse de negociações com a Rússia.

"Somos um país independente. E nós, durante essa guerra, tanto nosso povo quanto eu, pessoalmente, estamos em negociações com os Estados Unidos, tanto com Trump quanto com Biden, e com líderes europeus, provando que a retórica de 'sentar e ouvir' não funciona conosco", disse.

O presidente ucraniano conversou com Trump por telefone na semana passada, conversa na qual também participou o bilionário e mais novo aliado do republicano Elon Musk. O assunto da conversa não foi revelado e Zelensky não deixou claro se fazia referência a essa conversa.

Depois que Trump foi declarado vencedor da corrida presidencial na quarta-feira, Zelensky pediu a Trump que ajudasse a fortalecer a Ucrânia contra a agressão russa.

"Para nós, na Ucrânia e em toda a Europa, sempre foi crucial ouvir as palavras do então 45º presidente dos Estados Unidos sobre 'paz por meio da força'", escreveu Zelenskyy nas redes sociais. "Quando esse princípio se tornar a política do 47º presidente, tanto os Estados Unidos quanto o mundo inteiro se beneficiarão, sem dúvida."

Incertezas sobre o rumo na guerra

A volta de Trump à Casa Branca lançou incertezas sobre o rumo na guerra na Ucrânia, que teve início em fevereiro de 2022. O magnata, que nutre uma relação complexa com o presidente Vladmir Putin e já expressou sua admiração pelo russo, é mais suscetível a reduzir a ajuda militar e financeira à Ucrânia. Trump criticou os bilhões de dólares desembolsados por Washington para ajudar Kiev e já demonstrou desprezo pela Ucrânia e pelo próprio mandatário ucraniano diversas vezes, chegando a culpá-lo pelo início da guerra.

No início deste ano, o republicano tentou convencer legisladores do seu partido a bloquear uma legislação defendida por Biden que incluía um robusto pacote de ajuda militar para a Ucrânia.

Sua promessa de pôr um fim rápido ao conflito é amplamente vista como uma forma de permitir que a Rússia mantenha o território que tomou desde que invadiu a Ucrânia. Durante um debate presidencial, Trump se recusou a dizer qual lado ele gostaria de ver vencer a guerra e sugeriu que Zelensky recebeu muita ajuda militar e financeira do governo de Joe Biden.

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