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Zelensky acusa Moscou de apoiar o Hamas para desviar atenção da Ucrânia

O mandatário ucraniano também expressou sua inquietação de ver a comunidade internacional virar as costas para a Ucrânia com a "tragédia" que atinge Israel em consequência dos ataques do Hamas

Zelensky: "Estamos certos de que a a Rússia dá o seu apoio, de uma forma ou de outra, às operações realizadas pelo Hamas"
AFP

Agência de notícias

Publicado em 11 de outubro de 2023 às 06h51.

Última atualização em 11 de outubro de 2023 às 06h55.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky , acusou a Rússia de "dar seu apoio" aos ataques realizados pelo Hamas em Israel, acreditando que essa nova guerra irá tirar a atenção internacional do que se passa na Ucrânia, durante uma entrevista ao canal de televisão France 2 divulgada na tarde desta terça-feira, 10.

"Estamos certos de que a a Rússia dá o seu apoio, de uma forma ou de outra, às operações realizadas pelo Hamas", declarou Zelensky, acrescentando que seus serviços de informação dispõem de "informações" nesse sentido.

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"A crise atual (...) testemunha o fato de que a Rússia realmente procura realizar ações de desestabilização por todo o mundo", disse ele.

O mandatário ucraniano também expressou sua inquietação de ver a comunidade internacional virar as costas para a Ucrânia com a "tragédia" que atinge Israel em consequência dos ataques do Hamas.

No total, a guerra já deixou mais de 3.000 mortos nos dois lados, entre civis, soldados israelenses e combatentes palestinos.

"Eu não gostaria de comparar. Uma guerra terrível está ocorrendo em nosso país. Em Israel, muitas pessoas perderam seus entes queridos. As tragédias são diferentes, mas todas as duas são imensas", afirmou.

No entanto, ele alertou que "a atenção internacional corre o risco de se desviar da Ucrânia, e isso terá consequências".

Perguntado sobre as incertezas na continuação da ajuda americana ao seu país tendo como pano de fundo a crise política nos Estados Unidos, Zelensky disse esperar que esse apoio "prossiga".

Nova ajuda a Ucrânia

Uma nova ajuda prometida à Ucrânia foi retirada do acordo feito pelo Congresso americano no fim de setembro para evitar a paralisação orçamentária dos Estados Unidos, por causa da intransigente oposição dos republicanos.

"O destino da Ucrânia depende da unidade do resto do mundo. A unidade mundial depende bastante da unidade dos Estados Unidos", declarou o líder ucraniano. "Um Congresso dividido, é a certeza de uma divisão sobre a questão da ajuda á Ucrânia".

Sobre a continuação da guerra na Ucrânia, Zelensky afirmou que a contraofensiva empreendida pelo seu Exército em junho para tentar retomar os territórios ocupados "prossegue em diversos eixos, e de qualquer modo, nós avançamos".

"Continuamos avançando passo a passo, pouco a pouco (...) A iniciativa está do nosso lado neste momento", assegurou, apesar de reconhecer que essa campanha é "muito difícil" no terreno, principalmente porque a Rússia construiu uma rede muito elaborada de fortificações feita de campos minados, armadilhas antitanque e trincheiras.

Também falta ao Exército ucraniano munições de longo-alcance para destruir as rotas de aprovisionamento russas. A Rússia também dispõe de mais homens e de mais munições de artilharia. Os russos também dominam o ar com sua aviação.

Até agora, os avanços foram bastante limitados, e Moscou realiza regularmente seus próprios ataques para forçar o Exército ucraniano a rever seus planos.

As forças russas lançaram um grande ataque à cidade de Avdiivka, no leste da Ucrânia, indicaram os beligerantes nesta terça-feira. No fim do dia, o Exército ucraniano assegurou que conseguiu repeli-lo

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