Xangai volta a impor confinamentos um dia após aliviar lockdown
De acordo com autoridades municipais, mais de 500 mil pessoas seguem em isolamento em áreas residenciais na cidade que registraram casos de covid-19
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de junho de 2022 às 13h31.
Última atualização em 2 de junho de 2022 às 13h51.
O governo de Xangai voltou a impor confinamento a milhares de pessoas nesta quinta-feira, 2, apenas um dia após ter anunciado uma reabertura parcial do rigoroso lockdown que parou a capital econômica da China por meses. De acordo com autoridades municipais, mais de 500 mil pessoas seguem em isolamento em áreas residenciais na cidade que registraram casos de covid-19.
A metrópole chinesa começou a retomar aspectos de "vida normal" na quarta-feira, 1°, depois que as autoridades flexibilizaram as restrições anticovid. Moradores foram autorizados a retornar aos locais de trabalho, precisando passar por controles eletrônicos para mostrar que estão saudáveis, e pessoas se reuniram em pequenos grupos em parques. Metrô e outros transportes públicos voltaram a funcionar.
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Menos de 24 horas depois, a situação regrediu para alguns. Liu, uma mulher de 29 anos do distrito de Minhang, contou à France-Presse que o conjunto habitacional onde mora foi mais uma vez posto em confinamento, após a informação de um caso suspeito de covid-19 em um dos prédios. Moradores lamentaram o confinamento "sem fim" em conversas online, disse ela. No distrito central de Jing'an, as autoridades trancaram com correntes o portão de outro conjunto habitacional. Houve confronto entre agentes e moradores.
As medidas do governo de Xangai revelam que a China não pretende abandonar a estratégia de "covid zero", que vem mantendo desde o início da pandemia — e que os isolamentos serão retomados ao menor sinal de novos casos da doença.
Diante desse contexto, algumas pessoas parecem dispostas a burlar as regras. Depois de saber que um de seus funcionários era um caso suspeito, um empresário o escondeu sob uma ponte rodoviária para não ser encontrado pelos funcionários dos serviços de saúde, relatou a polícia nesta quinta-feira.
O chefe, que acabou sendo detido, disse estar "preocupado que os negócios da empresa fossem afetados" pela ausência do funcionário, segundo o comunicado.
Todas essas situações contrastam com a cobertura da imprensa estatal, que transmite quase que apenas vídeos de festas, prédios iluminados e o retorno do trânsito no centro da cidade.
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