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WikiLeaks mostra colaboração entre Washington e Paris em África francófona

Senegal é descrito como "uma democracia cada vez mais enfraquecida" pela corrupção"

Documentos dizem que o presidente do Senegal  e seu filho buscam "abrir o caminho para uma sucessão presidencial dinástica" (Behrouz Mehri/ AFP)

Documentos dizem que o presidente do Senegal e seu filho buscam "abrir o caminho para uma sucessão presidencial dinástica" (Behrouz Mehri/ AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2010 às 13h29.

Paris - Os Estados Unidos observam com atenção a situação nas ex-colônias francesas da África, onde Paris busca cada vez mais evitar o contato direto com os seus antigos territórios, para compartilhar riscos e informações, como demonstram documentos divulgados pelo site Wikileaks.

Suspeitas de corrupção do regime senegalês, avanços da investigação francesa sobre Ruanda, segredos do presidente marfinense em Paris. Washington não apenas se interessa pela África francófona, como também conversa frequentemente com Paris sobre a vida política no continente.

Os documentos diplomáticos americanos divulgados pelo WikiLeaks e publicados pelo jornal Le Monde oferecem retratos ácidos de diferentes líderes. Senegal é descrito como "uma democracia cada vez mais enfraquecida" pela corrupção, na qual o presidente Abdoulaye Wade, de 84 anos, e seu filho Karim buscam "abrir o caminho para uma sucessão presidencial dinástica".

Vários documentos demonstram uma coincidência de pontos de vista entre diplomatas americanos e franceses. Estes últimos também fazem comentários sobre os líderes de suas ex-colônias.

"Wade percebe que nem ele nem Karim podem ganhar em 2012 sem uma fraude massiva, que nem o país, nem a comunidade internacional poderão tolerar", garantiu um diplomata francês, citado em um telegrama da embaixada americana em Paris, em 2010.

Os telegramas revelam a colaboração de ambos os governos, que culminam até mesmo na realização de ações conjuntas.

Segundo um especialista da região, a troca de informações entre Paris e Washington "não é nova", mas agora a França dá "muitas informações" porque não quer atuar sozinha no continente.

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