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Vitória de Obama deixa cubanos aliviados e esperançosos

Cubanos temiam que Romney fosse uma nova versão do presidente George W. Bush, que endureceu o embargo comercial norte-americano


	Barack Obama: presidente renovou as negociações entre Cuba e EUA sobre imigração e questões postais, mas a reaproximação terminou quando Cuba prendeu Alan Gross
 (REUTERS/Jason Reed)

Barack Obama: presidente renovou as negociações entre Cuba e EUA sobre imigração e questões postais, mas a reaproximação terminou quando Cuba prendeu Alan Gross (REUTERS/Jason Reed)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2012 às 09h53.

Havana - Os cubanos respiraram aliviados na quarta-feira com a reeleição de Barack Obama e demonstraram esperança de que ele ainda possa promover a mudança da política norte-americana em relação a Cuba que muitos esperaram depois que ele conquistou seu primeiro mandato de 2008.

De modo geral, os cubanos apoiaram Obama e não o candidato republicano, Mitt Romney porque, temiam que Romney fosse uma nova versão do presidente George W. Bush, que endureceu o embargo comercial norte-americano e as relações com o governo cubano durante sua época na Casa Branca.

"Bush dificultou muito as coisas para nós economicamente, e mesmo para ver os parentes que vivem nos Estados Unidos. Se Romney tivesse ganhado, a maioria das pessoas aqui teria ficado realmente triste", disse a empregada doméstica Violeta Gutiérrez enquanto lavava pratos na cozinha de sua patroa, em Havana.

A vitória de Obama em 2008 aumentou a esperança de que o embargo comercial norte-americano contra Cuba, imposto em 1962 com a intenção de derrubar o governo comunista da ilha, seria finalmente levantado e que as relações entre EUA e Cuba, hostis desde a revolução de 1959, liderada por Fidel Castro, melhorariam.

O embargo permanece e as relações melhoraram um pouco. Em 2009 Obama levantou as restrições da era Bush sobre remessas e visitas de cubano-americanos ao país, que fica a 145 km da Flórida, ambas medidas recebidas entusiasticamente pelos cubanos.

O fluxo de remessas aumentou para cerca de US$ 2 bilhões, uma enorme ajuda aos cubanos que ganham uma média de US$ 19 ao mês, e 300.000 a 400.000 cubano-americanos estão indo para a ilha anualmente, levando a seus parentes um fluxo constante de bens, alimentos e remédios, difíceis de encontrar em Cuba.


Eles vêm ajudando o setor autônomo de Cuba levando itens para os cubanos venderem, embora as rígidas regras de importação impostas pelo governo ameace o influxo de bens.

"O dinheiro que as pessoas recebem de suas famílias mudou suas vidas. Ele as ajuda a comer e se vestir melhor, a comprar sabonete para um banho, tudo graças àquele dinheiro", disse Violeta, que recebe ajuda de parentes em Miami.

Romney havia ameaçado reverter as mudanças de Obama em relação a Cuba se conquistasse a Presidência e era apoiado por parlamentares cubano-americanos, que dizem que a flexibilização das restrições só ajudou o governo cubano.

"Os extremistas cubano-americanos favorecem as políticas que prejudicam o povo cubano e dão ao governo cubano desculpas para seus fracassos", disse a dissidente Miriam Leiva na noite da eleição, enquanto trabalhava na Seção de Interesses dos EUA em Havana, que os Estados Unidos mantêm em vez de uma embaixada porque os dois países não têm relações diplomáticas oficiais.

Obama também renovou as negociações entre Cuba e EUA sobre imigração e questões postais, mas a reaproximação terminou quando Cuba prendeu o norte-americano Alan Gross, sentenciando-o a 15 anos de prisão por criar redes de Internet na ilha.

O governo norte-americano insiste que ele estava apenas tentando melhorar o acesso à Internet para grupos de judeus cubanos, mas ele estava trabalhando para um programa norte-americano que promove a mudança política na ilha, que o governo cubano enxerga como subversivo.

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