Violência deslocou comunidades em 2013, diz estudo
Relatório do governo americano mostra que o mundo viveu no ano passado um dos maiores deslocamentos de comunidades da história
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2014 às 15h16.
Washington - O mundo viveu em 2013 um dos maiores deslocamentos de comunidades religiosas da história recente, segundo um relatório do governo americano divulgado nesta segunda que documenta ataques contra pessoas de todos os credos.
"No mundo todo as pessoas foram objeto de discriminação, violência e abuso simplesmente por exercer sua fé, identificarem-se com uma religião ou por escolher não crer em nenhuma", disse o Relatório sobre Liberdade Religiosa no mundo publicado hoje pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.
"Em quase cada canto do planeta milhões de cristãos , muçulmanos , hindus e outros tiveram que abandonar suas casas por suas crenças", denunciou.
O estudo, que está em sua 16ª edição, destacou que os deslocamentos estão deixando bairros inteiros vazios e provocando o desaparecimento de comunidades de lugares que tradicionalmente as tinham acolhido.
A tendência é particularmente grave em zonas de conflito, como a Síria, onde a presença de cristãos é cada vez menor. Em Homs, por exemplo, a comunidade cristã era de 160 mil antes do conflito e agora é de apenas mil.
Na República Centro-Africana, o aumento da violência sectária entre cristãos e muçulmanos provocou o deslocamento de mais de um milhão de pessoas durante no ano passado, segundo o relatório.
Em Mianmar, a violência contra os muçulmanos matou 100 pessoas e provocou mais de 12 mil deslocamentos no início de 2013.
O estudo também cita o caso do Paquistão, onde foram assassinados mais de 400 xiitas em lutas sectárias. Além disso, um ataque contra uma igreja matou mais de 80 cristãos.
No Egito, tanto os muçulmanos xiitas como os cristãos enfrentaram ataques violentos, enquanto na Arábia Saudita os xiitas foram objeto constante de discriminação.
O relatório também chama a atenção para o caso do Irã, onde o governo ameaçou e deteve membros de quase todos os grupos não xiitas.
Na China continuaram as torturas e as detenções de membros da seita Falun Gong, assim como os ataques contra bispos e sacerdotes católicos não registrados.
O relatório aponta ainda que entre os países que reprimem a liberdade de religião estão Coreia do Norte, Arábia Saudita, Irã e Sudão, que implementaram severas restrições a grupos religiosos.
Além disso, na China, Cuba, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão a atividade religiosa "só é legal se está explicitamente autorizada pelo estado", acrescentou. EFE