Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen: "nascemos livres e somos livres de decidir" (Mohammed Huwais/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2011 às 12h04.
Membros tribais e militantes da Al-Qaeda mataram ao menos 22 pessoas, todas soldados com exceção de duas delas, e capturaram dezenas de outras em diferentes ataques em um período de 24 horas no Iêmen, informaram fontes de segurança e tribais nesta sexta-feira.
"Militantes da Al-Qaeda fizeram uma emboscada para uma patrulha militar perto de Safer (campos de petróleo), no leste da província de Marib, matando 11 soldados", afirmou um oficial da segurança em Sanaa. Os atiradores usaram metralhadoras no ataque desta sexta-feira.
Também em Marib, dois soldados foram mortos, dois ficaram feridos e 30 foram feitos prisioneiros em um confronto entre tribos, disse outra fonte de segurança e tribal. Seis membros tribais também ficaram feridos.
Os homens das tribos, armados com armas antiaéreas, atacaram um comboio militar que tentava abrir caminho na principal rodovia entre Sanaa-Marib, bloqueada por tribos que protestavam.
Fontes da segurança disseram mais tarde que um atirador não identificado matou um soldado nesta sexta-feira no sudeste da província de Abyan, um reduto da Al-Qaeda, elevando as mortes entre os soldados para 20.
Na quinta-feira, um confronto entre membros de tribos e tropas do Iêmen no sudeste da província de Lahij deixou ao menos seis soldados e dois membros tribiais mortos, segundo fontes da segurança.
Os confrontos começaram por conta da recusa do exército de retirar a Guarda Republicana do vilarejo de Labus, de acordo com fontes tribais.
O Iêmen, um país amplamente tribal localizado na Península Arábica, vem sendo palco de protestos mortíferos desde janeiro exigindo a saída do presidente Ali Abdullah Saleh.
Os protestos levaram a deserções e confrontos no exército. Mas a Guarda Republicana, liderada pelo filho de Saleh, Ahmed, permaneceu leal ao presidente.
Além dos protestos contra o regime, o Iêmen é palco de um movimento separatista no sul, uma rebelião xiita no norte e uma ressurgência da Al-Qaeda em seu território.
O secretário de Defesa, Robert Gates, disse que a queda de Saleh ou sua substituição por um líder mais fraco representaria "um problema real" para a luta de Washington contra a Al-Qaeda.