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Vigilantes islamistas aumentam ameaças no Sinai egípcio

As tensões aumentaram no país com a nova Constituição adotada nessa semana

presidente egípcio Mohamed Mursi assina a nova constituição (REUTERS)

presidente egípcio Mohamed Mursi assina a nova constituição (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2012 às 17h08.

Cairo- Um grupo islamista na Península do Sinai do Egito ameaçou nesta quarta-feira lançar uma cruzada contra o uso de drogas e o fumo de cigarro na região deserta e sem lei, provocando temores sobre a crescente influência de grupos radicais no Egito pós-revolucionário.

A nova Constituição do país, adotada nesta semana, declara que os princípios da sharia, a lei islâmica, são a principal fonte de legislação.

Grupos de defesa dos direitos humanos dizem que o documento contém uma linguagem vaga, como referências à moral "nacional" que, segundo eles, podem servir para os linha-dura imporem restrições religiosas sobre o povo.

O grupo vigilante do Sinai, que se autointitula "Grupo para a Promoção da Virtude e a Prevenção do Vício", divulgou sua advertência em um folheto distribuído no Norte do Sinai, dizendo que a punição para quem não obedecesse seria "muito dura".

"Esta declaração é a primeira advertência, e não haverá outra. É dirigida aos que negociam drogas, principalmente o cigarro", dizia. "Esses negociantes estão destruindo as famílias do Sinai, e desprezando as leis divinas." Fontes da segurança local disseram que pouco se sabia sobre o grupo e que ele nunca tinha emitido tais declarações antes.

Uma repressão ao comércio de cigarros ou ao fumo em lugares públicos provavelmente será visto como uma medida radical em uma nação com um grande número de fumantes, onde fumar em público é socialmente aceitável e é praticamente parte do passatempo nacional.

Esforços de impor uma autoridade central na região desértica perto da fronteira israelense vêm sendo lentos desde a queda do autocrata veterano Hosni Mubarak no levante de 2011, complicado pela hostilidade impregnada local ao governo no Cairo.

O presidente islamista Mohamed Mursi lançou um esforço conjunto para restabelecer o controle do Sinai depois do ataque em 5 de agosto, no qual 16 guardas de fronteira foram mortos.

Mas um ataque a balas em 3 de novembro, no qual três policiais morreram, destacou o desafio que as autoridades enfrentam.

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