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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
Brasília - O deputado democrata de primeiro mandato Indio da Costa (RJ) acordou nesta quarta-feira candidato a deputado federal e vai dormir postulante a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB) sem nunca ter conversado por mais de 15 minutos com o candidato.
Aos 39 anos, disse que sua missão nesta campanha será conseguir o apoio do eleitorado jovem do país.
A única vez que trocou palavras com Serra foi na estreia do Brasil na Copa contra a Coreia do Norte, neste mês, quando os dois falaram das necessidades do Estado do Rio.
Quando o deputado Fernando Gabeira (PV) estava em dúvida se concorria ao governo do Estado do Rio, o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) cogitou a indicação de Indio da Costa. O deputado então enviou a Serra um texto de duas páginas com propostas para o Rio e uma apresentação pessoal.
Após a definição de Gabeira pela candidatura ao comando do Estado, Indio da Costa recebeu de um emissário um comentário de Serra de que tinha achado o aliado um jovem de ideias modernas.
Relator do projeto Ficha Limpa na Câmara, atraiu a atenção do presidenciável tucano pelo poder de mobilização à iniciativa. Saltou de 1.200 seguidores no microblog Twitter para mais de 33 mil em poucos dias.
"Vou procurar atingir o eleitorado jovem, agregar na comunicação virtual, o que o Serra já vem fazendo muito bem", respondeu ele à Reuters quando questionado sobre sua missão nesta campanha.
Antônio Pedro de Siqueira Indio da Costa foi escolhido vice depois de uma série de tropeços da campanha tucana, que escolhera antes dele o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para assumir o posto. A primeira decisão abriu uma crise com o DEM justamente num momento em que Serra passava para o segundo lugar nas pesquisas contra a candidata do PT, Dilma Rousseff.
Ele figurou numa lista de mais de seis nomes. Até uma hora antes do anúncio oficial, não fazia a mais vaga ideia de que seria nomeado como candidato a vice.
Para Indio da Costa, a crise entre PSDB e DEM por conta da escolha do vice está resolvida. "Certamente que pacifica, nosso objetivo é um só: ganhar a eleição."
No Democratas, antigo PFL, o candidato a vice terá outro papel político: renovar a imagem do próprio partido, menor a cada eleição e alvejado por denúncias de corrupção na regional de Brasília. O DEM, apesar de refundado, permanece uma legenda identificada com a política tradicional, cuja porção predominante ainda é comandada por velhos caciques.
"Posso agregar todo um pessoal que está muito chateado com a política", afirmou.
O companheiro de chapa de Serra é sobrinho e primo dos donos do banco Cruzeiro do Sul, instituição de médio porte. O nome Indio vem do avô, Ubirajara, que adotou a alcunha após amigos terem lhe dado o apelido.
Enquanto falava à Reuters, o parlamentar orientava um assessor a trocar a ficha que seria apresentada à Justiça eleitoral. O documento que estava pronto oficializava sua nova candidatura à Câmara, não à Vice-Presidência da República.