39% dos venezuelanos apoiam Guaidó como presidente interino, diz pesquisa
Levantamento da Ideia Big data mostra que 78% dos venezuelanos apoia a destituição de Nicolás Maduro da presidência do país
Gabriela Ruic
Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 16h17.
Última atualização em 28 de janeiro de 2019 às 17h16.
São Paulo – 39% dos venezuelanos reconhecem Juan Guaidó na posição de presidente interino da Venezuela . É o que mostrou uma pesquisa de opinião conduzida pela empresa Ideia Big Data entre os dias 25 e 27 de janeiro nas cidades de Caracas, Maracaibo, Valenzia, Barquisimeto e Ciudad Guiana.
Esse apoio a Guaidó, contudo, não é absoluto. 32% dos entrevistados disse “não saber” se apoia ou não, enquanto 27% reprovou o autoproclamado líder venezuelano. A situação ruim de Nicolás Maduro , contudo, é evidente: 76% rechaça o seu governo e 78% quer a sua destituição do posto.
A pesquisa também sondou os participantes sobre seus posicionamentos ante uma possível “ação decisiva” dos Estados Unidos no país. Aqui, os venezuelanos foram claros e 80% deles se disse contrário ao cenário no qual o governo de Trump intervenha no país.
A Venezuela segue imersa em uma crise política, econômica e humanitária que gerou um êxodo migratório grave (aproximadamente 3 milhões de pessoas deixaram o país nos últimos anos) e a maioria dos venezuelanos não crê que a situação irá melhorar. Segundo a pesquisa, 68% disseram esperar que o cenário pode se agrave ainda mais e apenas 10% esperam que as coisas não piorem.
Tensão na Venezuela
O momento na Venezuela é de tensão. E uma que se agravou no início de 2019 depois de Maduro assumir um novo mandato, resultado de uma vitória eleitoral amplamente contestada pela comunidade internacional e pela oposição.
De um lado, Guaidó conseguiu angariar o apoio internacional ao seu pleito como presidente interino e por novas eleições. Do outro, Maduro, que está enfrentando manifestações populares e ameaças dos Estados Unidos, disse não pretender abandonar o posto, tampouco atenderá ao ultimado vindo da União Europeia (UE). Nesta semana, o bloco deu ao chavista até o dia 3 de fevereiro para convocar eleições livres, sob pena de reconhecer seu opositor como presidente interino da Venezuela.