Mundo

Maduro propõe reforma constitucional para reforçar controle político na Venezuela

Medida é anunciada enquanto oposição denuncia fraudes e busca apoio internacional para contestar resultados eleitorais

Nicolás Maduro: anúncio de reforma constitucional para “consolidar a soberania popular” (AFP/AFP)

Nicolás Maduro: anúncio de reforma constitucional para “consolidar a soberania popular” (AFP/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 18h56.

Tudo sobreNicolás Maduro
Saiba mais

A menos de um mês da posse presidencial na Venezuela, marcada para 10 de janeiro, Nicolás Maduro anunciou uma reforma constitucional que, segundo ele, busca “consolidar a soberania popular”. A medida define a direção que o chavismo pretende seguir nesta nova etapa, mas também reforça o controle político do governo.

Em um evento transmitido pela televisão, Maduro declarou: “Formei uma equipe com grandes assessores internacionais e nacionais para pensar, junto ao nosso povo, em uma grande reforma constitucional que democratize ainda mais a sociedade venezuelana.”

Maduro não detalhou as mudanças propostas, mas o contexto político sugere que elas visam garantir sua permanência no poder. [Grifar] Em 2017, ele já havia convocado uma Assembleia Constituinte sob a justificativa de “pacificar” o país, então tomado por protestos. Na ocasião, a instituição aprovou leis repressivas, mas não alterou a Constituição vigente.

Com eleições parlamentares e regionais previstas para 2025, o chavismo enfrenta um cenário de crise política e acusações de fraudes nas eleições presidenciais de julho. A legitimidade de Maduro tem sido contestada pela oposição e por parte da comunidade internacional.

Espanha concede asilo a opositor de Maduro

No mesmo dia do anúncio de Maduro, a Espanha concedeu asilo político ao ex-diplomata Edmundo González Urrutia, opositor de Maduro e candidato nas últimas eleições presidenciais. O chanceler espanhol, José Manuel Albares, confirmou que González será notificado nos próximos dias.

Acusado de crimes pelo Ministério Público venezuelano, González deixou o país em setembro, após se refugiar na embaixada espanhola em Caracas. Seu caso expõe as tensões políticas que cercam a crise venezuelana e levanta novas denúncias de perseguição contra opositores do regime chavista.

Crise diplomática intensifica tensões na Venezuela

Paralelamente, a crise diplomática entre a Venezuela e outros países da região continua a se agravar. Recentemente, foi anunciada a saída de Fernando Martínez Mottola da embaixada argentina em Caracas, onde estava refugiado com outros opositores desde março.

Os refugiados denunciam perseguição e falta de segurança no país, enquanto o governo venezuelano condiciona sua saída à libertação de aliados chavistas presos no exterior.

Acompanhe tudo sobre:Venezuela

Mais de Mundo

Bastidores: Caracas tem clima tenso nas ruas e opositores evitam sair de casa com medo de sequestros

Após Trump ameaçar tomar Groenlândia, Dinamarca diz "estar aberta ao diálogo" sobre Ártico

Incêndios florestais da Califórnia são visíveis para passageiros pousando em Los Angeles; veja vídeo

China intensifica esforços de resgate após terremoto que deixou 126 mortos no Tibete