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Venezuela prende padeiros por produzirem brownie e croissant

Maduro enviou inspetores e soldados a mais de 700 padarias da capital nesta semana para fiscalizar a aplicação de uma lei sobre destino do trigo no país

Trigo: padeiros culpam o governo da Venezuela por uma escassez nacional de trigo, dizendo que 80 por cento dos estabelecimentos não têm mais o produto em estoque (Sean Gallup/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 17 de março de 2017 às 11h04.

Caracas - A Venezuela prendeu nesta semana quatro padeiros que fabricavam brownies e outros doces e pães de forma ilegal, e o governo socialista do presidente Nicolás Maduro está ameaçando assumir padarias de Caracas como parte de uma nova "guerra do pão".

Maduro enviou inspetores e soldados a mais de 700 padarias da capital nesta semana para fiscalizar a aplicação de uma lei segundo a qual 90 por cento do trigo deve ser destinado aos pães comuns, em vez de pães e doces mais caros.

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Trata-se da manobra mais recente do governo para combater a escassez de produtos básicos e as longas filas que vêm caracterizando a crise econômica venezuelana nos últimos três anos.

O governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) diz que empresários pró-oposição sabotam a economia do país estocando produtos e aumentando preços. Críticos afirmam que o governo é o responsável por persistir com políticas de preços e controles cambiais ineficazes.

Já os padeiros culpam o governo por uma escassez nacional de trigo, dizendo que 80 por cento dos estabelecimentos não têm mais o produto em estoque.

Durante as inspeções desta semana, dois homens foram presos por suas padarias estarem usando trigo demais em pães doces, croissants recheados de presunto e outros produtos, disse a Superintendência de Preços Justos em um comunicado enviado à imprensa na quinta-feira.

Outros dois foram detidos por fabricar brownies com trigo vencido, acrescentou o informe, dizendo que ao menos uma padaria foi interditada pelas autoridades por 90 dias.

"Aqueles por trás da 'guerra do pão' irão pagar, e não deixem que digam mais tarde que é perseguição política", havia alertado Maduro no início da semana.

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