Narges Mohammadi (AFP/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 18 de junho de 2024 às 12h30.
Última atualização em 18 de junho de 2024 às 12h36.
A ativista iraniana dos direitos das mulheres Narges Mohammadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2023 e que já está presa em seu país, foi condenada a um ano de reclusão por "propaganda contra o Estado", anunciou seu advogado nesta terça-feira, 18, na rede social X (antigo Twitter).
"De acordo com o veredicto da 29ª Câmara do Tribunal Revolucionário de Teerã, Narges Mohammadi foi condenada a um ano de prisão por propaganda contra o Estado", disse Mostafa Nili.
A ativista, de 52 anos e que está detida desde novembro de 2021, foi condenada e presa em inúmeras ocasiões ao longo de 25 anos por seu compromisso contra o véu obrigatório para as mulheres e contra a pena de morte.
Ela se recusou a comparecer à audiência de seu novo julgamento em 8 de junho, depois de solicitar, sem sucesso, que fosse aberto ao público.
Nili explicou que sua cliente foi julgada por "suas declarações sobre Dina Ghalibaf [jornalista e estudante iraniana que acusou a polícia de agressão sexual] e sobre o boicote às eleições legislativas" realizadas em março no Irã.
Naquele mês, a ativista emitiu uma mensagem áudio a partir da prisão na qual denunciava uma "guerra em grande escala contra as mulheres" na República Islâmica.
No áudio, Mohammadi citou o caso de Dina Ghalibaf, que, segundo uma ONG, foi detida em meados de abril após ter acusado a polícia nas redes sociais de ter lhe agredido sexualmente durante uma detenção no metrô. Posteriormente ela foi libertada.
O representante da Justiça, Mizan Online, afirmou no dia 22 de abril que a estudante "não foi estuprada" e que a autoridade judiciária a processou por ter feito "uma declaração enganosa".