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Vaticano denuncia divulgação de notícias falsas

Segundo o comunicado, o modo de se tentar influenciar os cardeais mudou e, atualmente, 'se tenta colocar em jogo o peso da opinião pública"


	O secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone (D), e o papa Bento XVI 7
 (Daniel Dal Zennaro/AFP)

O secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone (D), e o papa Bento XVI 7 (Daniel Dal Zennaro/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2013 às 11h17.

Cidade do Vaticano- A Secretaria de Estado do Vaticano divulgou neste sábado um comunicado no qual rejeita as 'tentativas de condicionar os cardeais, com vistas ao conclave (que vai escolher o próximo papa), com a divulgação de notícias frequentemente não verificadas ou verificáveis e, portanto, falsas, com grande prejuízo a pessoas e instituições'.

Na nota, divulgada pelo site da 'Rádio Vaticano', a Secretaria de Estado lembra que 'a liberdade do Colégio Cardinalício, ao qual compete prover, a norma de direito, à eleição do Romano Pontífice, sempre foi corajosamente defendida pela Santa Sé, como garantia de uma escolha que seja baseada em avaliações visando unicamente o bem da Igreja'.

'No decorrer dos séculos, os Cardeais tiveram que enfrentar múltiplas formas de pressão, exercitadas sobre os eleitores singularmente e sobre o próprio Colégio, que tinham como finalidade condicionar as decisões, submetendo-as a lógicas de tipo político ou mundano', prossegue o comunicado do órgão chefiado pelo cardeal Tarcisio Bertone.

Segundo o comunicado, o modo de se tentar influenciar os cardeais mudou e, atualmente, 'se tenta colocar em jogo o peso da opinião pública, muitas vezes com base em avaliações que não colhem o aspecto tipicamente espiritual do momento que a Igreja está vivendo'.

'É deplorável que, com o aproximar-se do tempo em que terá início o Conclave e os Cardeais eleitos deverão, em consciência e diante de Deus, expressar em plena liberdade a própria escolha, se multiplique a difusão de notícias muitas vezes não averiguadas, ou não averiguáveis, ou até mesmo falsas, inclusive com grave consequência a pessoas e instituições', diz o texto.

Por sua vez, o porta-voz do Vaticano, o jesuíta Federico Lombardi, também denunciou hoje a existência dessas mesmas pressões para condicionar o livre exercício de voto no conclave, já que, para ele, vários cardeais estão sendo 'considerados indesejáveis por uma razão ou por outra'.

Lombardi assinou neste sábado um editorial na 'Rádio Vaticana' no qual ressalta que 'o caminho da Igreja nas últimas semanas do pontificado do papa Bento XVI, até a escolha do novo papa através da 'Sé Vacante' e do conclave, é 'muito difícil, devido à novidade da situação'

Além disso, ele concedeu uma breve entrevista coletiva no Vaticano, durante a qual assegurou que nem todos os veículos de comunicação podem ser acusados de publicar boatos, mas disse que é o caso de alguns italianos e de vários estrangeiros que continuam difamando com notícias que falam de uma 'forma negativa e premeditada'.

'Não falta quem tenta aproveitar deste momento de surpresa e de desorientação dos espíritos fracos para semear confusão e lançar descrédito sobre a Igreja e o seu governo, recorrendo a instrumentos antigos - como a maledicência, a desinformação e às vezes a própria calúnia', disse Lombardi em seu editorial.

Neste sentido, ele citou os que fazem 'pressões inaceitáveis para condicionar o exercício do dever de voto por parte de um ou outro membro do Colégio dos cardeais, considerado não quisto por uma ou outra razão'.

'Quem tem em mente antes de tudo dinheiro, sexo e poder, e está acostumado a ler com essas medidas as várias realidades, não é capaz de ver outra coisa nem mesmo na Igreja, porque o seu olhar não sabe alçar o alto ou descer em profundidade para colher as dimensões e as motivações espirituais da existência. O resultado é uma descrição profundamente injusta da Igreja e de seus inúmeros homens', acrescenta o editorial. EFE

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