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Vaticano decide debater questões de gênero, mas pretende evitar ideologias

Em documento, a Igreja afirma que está disposta a discutir as diferenças sexuais, mas com base em pesquisas, não na ideologia

Vaticano: no debate de gênero, a Igreja pretende propor três atitudes para tratar o assunto: ouvir, reflexão crítica e propostas (Reprodução/Wikimedia Commons)

Vaticano: no debate de gênero, a Igreja pretende propor três atitudes para tratar o assunto: ouvir, reflexão crítica e propostas (Reprodução/Wikimedia Commons)

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AFP

Publicado em 10 de junho de 2019 às 21h49.

Última atualização em 11 de junho de 2019 às 09h49.

O Vaticano começa a debater a questão de gênero entre os jovens — um tema sensível e atual. De acordo com um documento oficial divulgado nesta segunda (10), a Santa Sé pede "distinção" entre ideologia e estudos.

"A Congregação para a Educação Católica, dentro de suas competências, tem a intenção de oferecer algumas reflexões que podem orientar e apoiar aqueles que estão empenhados em educar as novas gerações para tratar metodicamente as questões mais debatidas da sexualidade humana", anuncia a entidade do Vaticano no documento.

 

Assinado pelo cardeal Giuseppe Versaldi, prefeito da congregação, o documento diz que a Igreja procura abordar "uma verdadeira e própria emergência educativa, particularmente com relação a questões de saúde emocional e sexualidade".

No documento chamado "Homem e Mulher os criou", a hierarquia da Igreja Católica afirma que está disposta a discutir as diferenças sexuais, mas prefere se basear em pesquisas, não no que considera ideologias.

 

Para a Igreja, "a desorientação antropológica" — a ideologia — caracteriza o clima cultural do nosso tempo e contribui para "desestruturar" a família, com a tendência de anular as diferenças entre homens e mulheres, consideradas como meros efeitos do condicionamento histórico-cultural.

A congregação propõe três atitudes para tratar o assunto: ouvir, reflexão crítica e propostas. E adverte que a ideologia procura impor-se como "pensamento único" e, portanto, exclui o encontro e o entendimento.

"Não faltam pesquisas sobre gênero que buscam aprofundar adequadamente a maneira como se vive em diferentes culturas a diferença sexual entre homem e mulher. É em relação a estas investigações que é possível abrir-se à escuta, reflexão e proposta", diz o texto.

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