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Uribe pede memória a críticos e evita falar de atentado

Uribe evitou comentar o incidente desta terça-feira, quando membros das forças de segurança da Argentina desativaram uma bomba

Uribe: ''Na América Latina, temos vantagens e riscos. Não podemos depender da economia de commodities'' (Chip Somodevilla/Getty Images)

Uribe: ''Na América Latina, temos vantagens e riscos. Não podemos depender da economia de commodities'' (Chip Somodevilla/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2012 às 21h36.

Buenos Aires - O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe questionou nesta quarta-feira em Buenos Aires a ''falta de austeridade'' na América Latina e pediu ''memória'' a seus detratores, durante uma palestra em que evitou falar sobre uma bomba localizada nesta terça-feira no teatro que sedia o evento.

Ao longo de uma exposição sem sobressaltos, Uribe evitou comentar o incidente desta terça-feira, quando membros das forças de segurança da Argentina desativaram uma bomba programada para explodir durante a palestra do ex-líder no teatro Gran Rex, no centro de Buenos Aires.

Uribe, que governou a Colômbia entre 2002 e 2010, preferiu fazer uma abordagem de seus anos no poder e de seu ''modelo de segurança democrática''. Enquanto isso, do lado de fora do teatro, manifestantes protestavam contra a presença do ex-presidente em Buenos Aires.

''Na América Latina, temos vantagens e riscos. Não podemos depender da economia de commodities. É preciso combiná-la com conhecimento. Além disso, os estados vivem com ideias de abundância e falta austeridade'', ressaltou Uribe durante o simpósio WOM Leadership 2012.

Rodeado por um forte esquema de segurança, que incluiu dezenas de membros da polícia nos arredores do teatro, o ex-chefe de Estado também insistiu que o grande inimigo da Colômbia nas últimas décadas ''foi o narcotráfico'' e advertiu que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se erigiram como ''o cartel de drogas ilícitas mais poderoso do mundo''.


Durante sua exposição sobre a ''transformação da Colômbia'', Uribe ressaltou ainda o projeto de segurança de sua gestão e reiterou que a luta contra as drogas foi ''implacável'' em seu governo, no qual, segundo ele, ''foram desmobilizados 18 mil guerrilheiros e 35 mil paramilitares''.

''Quando se ouve alguns cidadãos que me acusam de paramilitar, por que não acusam a memória? Os 14 principais líderes do paramilitarismo estão extraditados em prisões dos Estados Unidos'', ressaltou Uribe.

A manifestação do lado de fora foi protagonizada por dezenas de colombianos residentes em Buenos Aires, apoiados por estudantes e grupos de esquerda, em rejeição à presença do ex-líder, a quem acusam de ser causador de mais de ''62 mil desaparecimentos'' e ''cerca de 3 mil execuções extrajudiciais''.

''Estamos convocando uma atividade em rejeição à presença de Uribe porque consideramos que foi uma figura nefasta para a Colômbia'', disse à Agência Efe o manifestante David Zúñiga, da Assembleia de Estudantes Colombianos na Argentina.

O protesto transcorreu sem distúrbios e não afetou o desenvolvimento do simpósio, no qual Uribe também evitou comentar sua polêmica com o atual presidente colombiano, Juan Manuel Santos, a quem, nesta segunda-feira, chamou de ''arrogante'' e acusou de impor a ''impunidade'' em seu país.

Em sua exposição, o ex-presidente também classificou como ''um fracasso'' o governo de Cuba, que ''inicialmente viveu do subsídio soviético e, depois, do venezuelano''. Ele enfatizou a necessidade de que os países tenham uma política ''amável e não hostil'' com as empresas privadas.

Em relação à tentativa de atentado, o juiz responsável pela investigação do caso, Norberto Oyarbide, expressou alívio com a descoberta da bomba. ''É um fato muito grave. Com a graça de Deus não produziu consequências, que teriam sido absolutamente imprevisíveis''. 

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