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Uma semana depois, União Europeia responde à eleição venezuelana

O posicionamento europeu chega depois de vários países já terem se manifestado contra o resultado das eleições

Maduro: na sexta-feira ele prendeu 11 militares acusados de planejar um golpe (Marco Belo/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2018 às 06h03.

Última atualização em 28 de maio de 2018 às 07h20.

Depois de passada uma semana do pleito que reconduziu Nicolás Maduro à presidência da Venezuela até 2025, a União Europeia decidiu se manifestar. Nesta segunda-feira 28, os ministros das relações exteriores dos países do bloco devem emitir um comunicado conjunto condenando a eleição, realizada no último dia 20 e considerada fraudulenta pela comunidade internacional.

O posicionamento europeu chega depois de vários países já terem se manifestado contra o resultado das eleições — que deu vitória a Maduro com 5,8 milhões de votos, cerca de 68% dos votos válidos, contra 1,8 milhão para seu principal adversário, o oposicionista Henri Falcón. Apenas 46% do eleitorado votou, marcando a menor taxa de comparecimento às urnas desde a eleição de Hugo Chávez, em 1998.

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Na semana passada, o recém formado Grupo de Lima (composto por pelo Peru, Argentina, Brasil, México, Panamá, Paraguai, Santa Lúcia, Canadá, Colômbia, Honduras, Costa Rica e Guatemala) afirmou que não reconhecia a legitimidade do processo eleitoral venezuelano. Antes disso, os Estados Unidos afirmaram não reconhecer a vitória de Maduro. Antes mesmo de o resultado ser divulgado, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, classificou o pleito como uma farsa.

Em represália, o governo americano anunciou que vai limitar a venda de títulos e ativos públicos da Venezuela. Maduro respondeu ordenando a expulsão de diplomatas americanos do país. Já a União Europeia estuda a possibilidade de impor novas sanções econômicas a 11 autoridades venezuelanas a partir do mês de junho. Em novembro, o bloco estabeleceu um embargo de armas contra o país.

A dúvida é o quanto essas medidas são realmente efetivas em isolar Caracas e pressionar o governo de Maduro. A Venezuela vive uma grave crise econômica, com previsão de aumento de 12.870% na inflação este ano, crise de abastecimento de alimentos e remédios. Por dia, cerca de 5.000 venezuelanos deixam o país, segundo a ONU. Sem a imposição de embargos ao petróleo venezuelano (responsável por 95% das exportações), a própria União Europeia acredita que o impacto de novas sanções seja limitado.

Enquanto isso, Maduro continua pisando cada dia mais fundo no autoritarismo. Na última sexta-feira, o governo anunciou a prisão de ao menos 11 militares acusados de planejar um golpe contra o presidente.

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