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Uma em cada três crianças sírias nasceu em zona de guerra

O estudo aponta que cerca de 8,5 milhões de crianças, mais de 80% das crianças sírias, foram afetadas pelo conflito, dentro do país ou como refugiados


	Síria: as crianças refugiadas sofrem com desnutrição, falta de higiene básica, de segurança e com a extrema pobreza, denunciou o Unicef
 (Abd Doumany / AFP)

Síria: as crianças refugiadas sofrem com desnutrição, falta de higiene básica, de segurança e com a extrema pobreza, denunciou o Unicef (Abd Doumany / AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2016 às 10h06.

Nova York - Mais de três milhões e meio de crianças sírias - uma em cada três - nasceu em uma área de guerra desde que o conflito no Oriente Médio começou, há cinco anos, de acordo com o relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"Enquanto a guerra continua, os meninos estão lutando uma guerra de adultos, continuam abandonando as escolas e muitas são forçados a trabalhar, enquanto as meninas são pressionadas a se casarem novas demais ", indicou em comunicado o diretor regional do Unicef no Oriente Médio e o Norte da África, Peter Salama.

O estudo, "No place for children" (Não é lugar para crianças), aponta que cerca de 8,5 milhões de crianças, mais de 80% das crianças sírias, foram afetadas pelo conflito, dentro do país ou como refugiados.

Segundo a agência das Nações Unidas, 306 mil crianças nasceram como refugiadas desde 2011, muitas delas em países vizinhos à Síria (Turquia, Líbano, Jordânia e Iraque), onde o número de refugiados é dez vezes maior agora do que em 2012.

As crianças sofrem com desnutrição, falta de higiene básica, de segurança e com a extrema pobreza, denunciou o Unicef.

A desproteção dos pequenos levou à agência a registrar até 1.500 violações dos direitos da infância em 2015, 60% casos de morte ou mutilação em consequência de explosões de bombas em regiões povoadas.

O relatório revelou que, em 2015, 400 crianças morreram na Síria e nos países vizinhos, e 500 sofreram algum tipo de mutilação.

Outro problema que as afeta diretamente é o acesso a uma educação digna.

O documento estima que mais de dois milhões de crianças dentro da Síria, e 700 mil refugiados, não podem ir à escola.

O relatório revela que ano passado 40 escolas foram atacadas e mais de seis mil centros escolares não estão operando.

O Unicef aproveitou a divulgação do relatório para pedir ajuda econômica e o compromisso moral da comunidade internacional em cinco aspectos "críticos" para ajudar a proteger a geração de crianças que está vivendo a infância em zonas de conflito armado.

A agência pediu o fim das violações dos direitos da infância; melhorar o acesso humanitário dentro da Síria; um fundo de US$ 1,4 bilhão para garantir a educação das crianças; restabelecer a dignidade delas e transformar as promessas de financiamento em compromissos verdadeiramente cumpridos.

O Unicef lamentou ter recebido "somente 6% do financiamento pedido para 2016 para ajudar às crianças sírias, tanto dentro como fora do país".

A agência da ONU para a infância pediu para este ano mais de US$ 1 bilhão e só recebeu 74 milhões.

Os recursos que as Nações Unidas consideram necessários para ajudar as crianças no território aumentaram ano após ano: em 2012 foram pedidos US$ 120 milhões; em 2013, US$ 470 milhões; US$ 770 milhões em 2014 e ano passado o Unicef pediu US$ 903 milhões para cobrir as necessidades básicas das crianças.

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