IMIGRANTES EM MARCHA: um grupo de 7.000 hondurenhos está caminhando em direção aos Estados Unidos
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2018 às 06h51.
Última atualização em 22 de outubro de 2018 às 11h42.
O presidente americano, Donald Trump, terá intensa agenda de campanha ao longo da semana visando as eleições legislativas do próximo dia 8 de novembro. Elas renovarão dois terços do congresso e podem tirar do partido republicano a apertada maioria que detém na Câmara e no Senado.
A campanha virou uma espécie de referendo de seu governo, que vem conquistando ótimos números na economia, com taxas recordes de emprego, mas não consegue sair da ciranda de crises e confusões. Os eventos com eleitores foram batizados de “Make America Great Again Rally”. Nesta segunda-feira, Trump faz campanha no Texas, um dos principais redutos republicanos do país.
Dois temas de política externa devem dominar a pauta do presidente-candidato. Um deles é velho conhecido de Trump: a imigração. A pauta voltou a se impor por um motivo surreal. Um grupo que começou com 7.000 hondurenhos deixou seu país no sábado, 13, e está caminhando em direção aos Estados Unidos. Eles fogem da violência e da crise econômica que assolam seu país. A caravana é composta por jovens, idosos, crianças, deficientes. Já cruzaram a Guatemala e na sexta-feira entraram em território mexicano.
Trump ameaçou cortar ajuda financeira de Guatemala, Honduras e El Salvador caso a caravana siga avançando em direção a seu paí e cobrou do México que detenha o grupo em sua fronteira. As autoridades mexicanas afirmaram que deixaram passar quem tinha visto, como é o procedimento padrão, e que iniciaram os trâmites para a concessão de refúgio aos demais. Mas muitos conseguiram cruzar ilegalmente pelo rio.
Outro tema de política externa que ganha cada vez mais importância para a agenda americana vem de um aliado, a Arábia Saudita. O país reconheceu ter assassinado e jornalista Jamal Khashoggi em seu consulado no Turquia, numa ação que coloca todo o equilíbrio de forças no Oriente Médio em risco. Ao lado de Israel, a Arábia Saudita é o principal aliado americano para isolar o Irã na região.
Ontem, o ministro das relações exteriores saudita veio a público afirmar que o príncipe Mohammed bin Salman, herdeiro do trono, não tinha conhecimento da operação. O problema, para Trump, é que o presidente turco, Recep Erdogan, prometeu nos próximos dias revelar todos os detalhes da execução do jornalista. Informações que contradigam os sauditas colocarão ainda mais pressão sobre o reino — e sobre Trump e seus planos de “Fazer a América Grande de Novo”.