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UE prepara sanções à Líbia enquanto evacua seus cidadãos

Bloco confirmou que estuda quais medidas tomar contra o governo de Kadafi

A UE quer o fim da violência de Muammar Kadafi (Giorgio Cosulich/Getty Images)

A UE quer o fim da violência de Muammar Kadafi (Giorgio Cosulich/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 17h56.

Bruxelas - A União Europeia (UE) acordou nesta quarta-feira preparar sanções contra o regime de Muammar Kadafi pela violenta repressão das manifestações na Líbia, enquanto coordena a evacuação dos cidadãos comunitários do país.

Os 27 membros da UE decidiram encarregar seus analistas da prospecção das medidas concretas, que poderiam passar pelo congelamento de ativos de dirigentes líbios, proibições para entrar em território comunitário, um embargo de armas e outras iniciativas a serem estudadas nos próximos dias.

"Não há uma lista de sanções, não foram tomadas decisões, mas há uma clara disposição", assegurou um alto funcionário europeu após a reunião do Comitê Político e de Segurança da União Europeia (COPS).

Segundo a fonte, atualmente está sendo discutido "um leque" de medidas que não pôde ser revelado para "garantir a efetividade".

Nesta quarta-feira, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, considerou necessário, entre outras coisas, suspender todas as relações econômicas, comerciais e financeiras com a Líbia.

A economia do país africano depende em grande medida das exportações de gás à Europa, que para o bloco comunitário, no entanto, não têm uma importância capital, pois significam uma pequena parte de sua provisão global.

Por enquanto, a UE como tal não coloca sanções comerciais, que seriam tomadas de forma individual pelos países, assinalou a mesma fonte.

Na segunda-feira passada, os ministros de Exteriores da União analisaram a situação na Líbia em profundidade, mas não tocaram na possibilidade de impor sanções.

O aumento da violência e a última mensagem de Kadafi, no entanto, fizeram os 27 endurecer sua postura.

A Alemanha ameaçou Trípoli com sanções, enquanto nesta quarta-feira Sarkozy pediu medidas "concretas" da UE e defendeu levar perante os tribunais os responsáveis da repressão "brutal e sangrenta" dos protestos populares.

Por enquanto, a União decidiu suspender toda exportação de armas à Líbia e paralisar as negociações que mantinha com Trípoli para carimbar um acordo de cooperação entre as duas partes.

Em declaração divulgada pela Alta Representante da UE, Catherine Ashton, os 27 condenaram nesta quarta-feira a violência por parte das autoridades líbias e consideraram que as "brutais violações maciças dos direitos humanos são inaceitáveis".

"A UE ressalta que os responsáveis pelas agressões brutais e a violência contra os civis terão que prestar contas", assinala o comunicado.

Os 27, asseguraram fontes comunitárias, também estão preocupados com a situação de segurança dos cerca de dez mil europeus que estão na Líbia, segundo dados da Comissão Europeia.

Bruxelas coordena com os Estados-membros suas operações de evacuação e está tentando facilitar a entrada de "meios de transportes", em particular através do mar, para estar a disposição de todos os cidadãos comunitários.

Em paralelo, a Europa estuda os possíveis movimentos migratórios que podem ososrrer devido a situação na Líbia e em outros países da região mediterrânea.

A Fronteiras Externas da União Européia da UE (Frontex) acredita que podem chegar à Europa entre 500 mil e 1,5 milhão de pessoas por causa das revoltas, segundo fontes europeias.

Os ministros comunitários de Interior se reunirão na quinta-feira em Bruxelas para debater, pela primeira vez, as consequências na imigração da onda de protestos que começou na Tunísia.

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