O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy: "é agora responsabilidade de todas as partes ter coragem e transformar as palavras em ações" (Georges Gobet/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 13h03.
Bruxelas - O presidente permanente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, pediu nesta sexta-feira "coragem" a todas as partes envolvidas nos conflitos na Ucrânia após o acordo entre os líderes da oposição e o governo de Viktor Yanukovich para que as palavras de paz se transformem em ações.
"É agora responsabilidade de todas as partes ter coragem e transformar as palavras em ações pelo bem do futuro da Ucrânia", afirmou Van Rompuy em comunicado, no qual mostrou sua satisfação pelo pacto alcançado.
"O acordo é um compromisso necessário para poder iniciar o indispensável diálogo político que oferece o único caminho democrático e pacífico para resolver uma crise que provocou muitas mortes e sofrimento nos dois lados", assinalou.
Van Rompuy destacou o papel desempenhado pelos ministros das Relações Exteriores da França, da Alemanha e da Polônia para que se chegue a um acordo, assim como os esforços nos dois últimos meses da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, e o comissário de Ampliação, Stefan Fule.
Na nota, Van Rompuy reiterou que "a UE segue comprometida a continuar dando apoio à Ucrânia".
Yanukovich assinou hoje um acordo para a regra da crise na Ucrânia com os três líderes da oposição parlamentar, após três meses de protestos antigoverno nos quais morreram dezenas de pessoas.
Os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, da França e da Polônia foram testemunhas da assinatura do documento, que inclui a realização de eleições presidenciais antecipadas, a formação de um governo de união nacional e uma nova Constituição, informou a agência Unian.
A rubrica do acordo foi precedida por um minuto de silêncio em lembrança das vítimas dos distúrbios dos últimos três dias na capital ucraniana, que chegam a 80, segundo os dados oficiais, embora os opositores elevem o número a mais de 100.
O documento foi assinado depois que recebeu o apoio do Conselho Civil do Maidan, bastião dos manifestantes opositores ucranianos.