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UE exige 90 milhões de doses pendentes da vacina da AstraZeneca

Das 120 milhões de doses da vacina contra covid negociadas no primeiro trimestre, a AstraZeneca entregou apenas 30 milhões

A AstraZeneca havia se comprometido a entregar 120 milhões de doses nos três primeiros meses do ano (Yves Herman/Reuters)
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AFP

Publicado em 11 de maio de 2021 às 10h21.

A União Europeia (UE) recorreu à Justiça belga para forçar o laboratório AstraZeneca a entregar, antes do fim de junho, 90 milhões de doses de sua vacina contra covid ainda não distribuídas no primeiro trimestre - anunciou a Comissão Europeia nesta terça-feira (11).

"Queremos que a corte ordene à empresa que entregue 90 milhões de doses, além das 30 milhões que distribuiu no primeiro trimestre", afirmou o porta-voz Stefan de Keermaecker.

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A AstraZeneca havia se comprometido a entregar 120 milhões de doses nos três primeiros meses do ano.

A Comissão Europeia alega que a AstraZeneca não cumpriu os contratos firmados entre as partes. Neles, a empresa se comprometeu a entregar 300 milhões de doses de sua vacina anticovid no primeiro semestre deste ano.

Desde o início da polêmica, a AstraZeneca argumenta que, pelos contratos, é obrigada apenas a oferecer "melhor esforço" razoável para atingir esses objetivos.

O laboratório anglo-sueco também alega que enfrentou problemas no processo de fabricação de sua vacina e que, também por motivos contratuais, nega-se a entregar à UE vacinas produzidas em suas fábricas instaladas no Reino Unido.

Das 120 milhões de doses negociadas no primeiro trimestre, a AstraZeneca entregou apenas 30 milhões. Para o segundo trimestre, período em que deveria distribuir 180 milhões de doses, comprometeu-se com apenas 70 milhões.

Um funcionário da UE disse à AFP que o ritmo atual da AstraZeneca, de 10 milhões de doses por mês, também não permitirá atingir a meta de 70 milhões.

De acordo com De Keersmaecker, a intenção dos processos legais da UE não é punir a AstraZeneca, nem impor multas pesadas, mas "garantir que as doses sejam entregues".

Esta situação coloca mais pressão sobre a AstraZeneca, depois que estudos sugeriram um vínculo entre sua vacina e coágulos sanguíneos, em casos extremamente raros.

Depois que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) declarou que os benefícios da vacina da AstraZeneca superavam os riscos para todos os adultos, a Comissão Europeia manteve a vacina como uma das quatro oferecidas aos Estados-membros.

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