UE divulga plano para eliminar dependência do gás da Rússia antes de 2030
O plano também delineia uma série de medidas para responder ao avanço recente nos preços de energia na Europa e para repor estoques de gás para o próximo inverno local
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de março de 2022 às 13h00.
Última atualização em 8 de março de 2022 às 13h07.
A Comissão Europeia propôs nesta terça-feira, 8, um plano para tornar a Europa independente dos combustíveis fósseis da Rússia "bem antes" de 2030, segundo comunicado. A ideia é começar esse processo pelo gás, diante da invasão da Rússia à Ucrânia, diz o texto.
O plano também delineia uma série de medidas para responder ao avanço recente nos preços de energia na Europa e para repor estoques de gás para o próximo inverno local. "A Europa tem enfrentado crescentes preços de energia há vários meses, mas agora a incerteza sobre a oferta exacerba o problema", nota a União Europeia.
O programa "REPowerEU" busca diversificar as ofertas de gás, acelerar o uso de gases renováveis e substituir o gás no aquecimento e na geração de energia. "Isso pode reduzir a demanda da UE por gás russo em dois terços antes do fim do ano", acredita o bloco.
No comunicado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, exorta a UE a se tornar independente do petróleo, do carvão e do gás da Rússia. "Nós simplesmente não podemos confiar em um fornecedor que explicitamente nos ameaça", disse ela, pedindo diversificação e uma troca mais rápida para energia renovável e hidrogênio, combinada com maior eficiência energética.
A UE diz também que estará em contato com os países-membros, a fim de auxiliar empresas afetadas pela crise de energia, sobretudo as que enfrentam os altos custos de energia. A Comissão Europeia planeja apresentar uma proposta legislativa para que o estoque de gás subterrâneo da UE seja preenchido em pelo menos 90% de sua capacidade até 1º de outubro de cada ano. Também serão avaliadas medidas de emergência para limitar o efeito de contágio dos preços do gás nos de eletricidade, "como limites temporários aos preços", segundo o bloco.