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Ucrânia prossegue ofensiva e UE prepara sanções

Ofensiva ucraniana prosseguia hoje contra posições pró-russas, enquanto que a União Europeia estudava um reforço das sanções contra a Rússia

Rebeldes pró-Rússia em Donetsk, Ucrânia: 17 morreram nas últimas 24 horas (Shamil Zhumatov/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2014 às 14h51.

Donetsk - A ofensiva ucraniana prosseguia nesta terça-feira contra posições separatistas pró-russas no leste do país, enquanto que a União Europeia estudava um reforço das sanções contra a Rússia por seu apoio aos rebeldes.

Dezessete civis, entre eles três crianças, morreram nas últimas 24 horas por disparos de artilharia em Gorlivka, um reduto separatista, 45 km ao norte de Donetsk, indicou a administração regional em um comunicado, informando que o ataque também deixou 43 feridos.

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A ONU criticou o uso de armas pesadas por parte de ambos os grupos, nos três meses de um conflito que matou mais de 1.100 pessoas nesta ex-república soviética.

A Rússia chamou este relatório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos sobre a Ucrânia é parcial e hipócrita.

"Nossa principal conclusão é que o relatório é parcial e, inclusive, hipócrita", declarou o porta-voz da diplomacia russa, Alexander Lukashevich.

"Sua mensagem central é que o governo ucraniano pode continuar utilizando legitimamente a força para restabelecer a ordem no leste do país", acrescentou a fonte.

"O relatório da missão de observação da ONU não contém o mais importante: a exigência de um cessar imediato das operações militares realizadas pelas autoridades de Kiev contra seu próprio povo. Sem isso, falar de direitos humanos na Ucrânia não tem sentido", acrescentou Lukashevich.

Fortes explosões também foram ouvidas durante a madrugada e por volta do meio-dia desta terça-feira em Donetsk, comprovaram jornalistas da AFP.

Em Lugansk, outro reduto separatista, as autoridades locais informaram sobre a morte de cinco civis.

Nos últimos dias, o exército ucraniano ganhou espaço sobre a rebelião dos pró-russos.

Os confrontos voltaram a impedir nesta terça-feira, pelo terceiro dia consecutivo, o acesso dos especialistas holandeses e malaios ao local onde no dia 17 de julho o Boeing 777 da Malaysia Airlines caiu com 298 pessoas a bordo, derrubado por um míssil.

Alguns restos humanos e do avião encontram-se espalhados pelos campos.

O governo holandês convocou o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, a deter os combates perto deste local. Segundo a Rússia, a ofensiva viola a resolução votada pela ONU após o drama.

Os insurgentes reconheceram na segunda-feira ter perdido o controle de parte das zonas de Snijné, Shajtarsk e Torez, situadas a leste de Donestsk, a menos de 30 quilômetros do local da catástrofe aérea.

O Estado-Maior do exército ucraniano indicou que contingentes de separatistas locais com suas famílias se preparavam para evacuar o território ucraniano, mas que "nas cidades libertadas ainda existem muitos combatentes (separatistas) com importantes reservas de armas e munições".

A escalada de violência aumentou após a queda do avião malaio que viajava de Amsterdã a Kuala Lumpur, um incidente que, segundo a ONU, pode ser considerado um crime de guerra.

O governo ucraniano e os países ocidentais acusam os separatistas de ter provocado o drama e a Rússia de armar a rebelião.

Observadores da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) devem viajar nesta terça-feira ao sul da Rússia para iniciar uma missão de vigilância de duas passagens fronteiriças com a Ucrânia, através das quais podem ocorrer envios de armas.

Sanções europeias

A União Europeia (UE) se preparava nesta terça-feira para reforçar as sanções contra a Rússia por apoiar os separatistas do leste da Ucrânia, onde os combates seguem dificultando a investigação sobre a recente queda de um avião malaio.

Os embaixadores dos 28 Estados da UE discutirão em Bruxelas uma série de sanções contra Moscou que, segundo vazamentos à imprensa, incluirão uma proibição ao mercado de capitais europeu, um embargo à compra de armamento e à restrição de exportações em direção à Rússia de tecnologias com uso duplo (civil e militar), entre elas as relacionadas ao setor de energia.

Mas a UE já confirmou sua decisão de sancionar quatro empresários russos ligados a Vladimir Putin por apoiar ou se beneficiar da crise na Ucrânia.

Também decidiu sancionar outras entidades responsáveis por "atuar contra a integridade territorial da Ucrânia".

Os nomes dos novos sancionados serão divulgados quando for publicado o Boletim Oficial.

Os Estados Unidos são o país que adotou até o momento as sanções mais duras contra a Rússia e atualmente avaliam a possibilidade de comunicar os dados a sua disposição para que a Ucrânia dirija com mais eficácia seus ataques contra os mísseis dos separatistas, declararam na segunda-feira autoridades americanas.

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