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Ucrânia não é desculpa para programas nucleares, diz ONU

Fracasso em garantir a integridade territorial prometida à Ucrânia não deve ser usada para programas nucleares militares, declarou o secretário-geral da ONU

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon: "isto não deve servir de desculpa para buscar armas nucleares" (Sean Gallup/AFP)

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon: "isto não deve servir de desculpa para buscar armas nucleares" (Sean Gallup/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2014 às 14h58.

Haia - O fracasso da comunidade internacional em garantir a integridade territorial prometida à Ucrânia em troca do abandono de seu arsenal nuclear "não deve ser desculpa" para o desenvolvimento de programas nucleares militares, declarou nesta segunda-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

"As garantias" oferecidas à Ucrânia "eram uma condição essencial para a assinatura do Tratado de Não Proliferação", indicou Ban.

"Contudo, a credibilidade das garantias oferecidas à Ucrânia no Memorando de Budapeste de 1994 foram seriamente abaladas pelos recentes acontecimentos", acrescentou.

Rússia, Estados Unidos e Grã-Bretanha assinaram em 5 de dezembro de 1994 com a Ucrânia o Memorando de Budapeste, um acordo através do qual os três países garantiam a unidade territorial desta ex-república soviética em troca de uma renúncia a seu programa nuclear.

"As implicações são profundas, tanto para a segurança regional quanto para a integridade do regime de não proliferação nuclear", sustentou Ban.

"Mas isto não deve servir de desculpa para buscar armas nucleares, já que só aumentará a insegurança e o isolamento", prosseguiu.

A Rússia consolidou nesta segunda-feira a sua presença militar na península ucraniana da Crimeia, que foi anexada à Federação da Rússia na semana passada após a realização de um referendo.

O secretário-geral da ONU pronunciou em Haia o discurso de abertura da terceira conferência sobre segurança nuclear (NSS), na qual participam 50 líderes, entre eles os do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), que também devem discutir a situação na Ucrânia.

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