Mundo

Ucrânia entra em alerta para impedir terrorismo pró-Rússia

A Ucrânia colocou as Forças Armadas em alerta máximo para tentar impedir uma propagação da insurreição pró-Rússia, anunciou o presidente interino

Ativista pró-Rússia rasga foto do presidente interino ucraniano, Olexander Turchynov: rebeldes prosseguiram nos últimos dias com a ampliação de seu domínio (Alex Inoy/AFP)

Ativista pró-Rússia rasga foto do presidente interino ucraniano, Olexander Turchynov: rebeldes prosseguiram nos últimos dias com a ampliação de seu domínio (Alex Inoy/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 13h54.

Lugansk - A Ucrânia colocou as Forças Armadas em alerta máximo para tentar impedir uma propagação da insurreição pró-Rússia a outras regiões potencialmente no alvo de Moscou, anunciou seu presidente interino, Olexander Turchynov.

"Nossas Forças Armadas se encontram em estado de alerta total. A ameaça da Rússia de começar uma guerra contra o território da Ucrânia é real", disse Turchynov.

"Nosso primeiro objetivo é impedir que o terrorismo passe das regiões de Donetsk e de Lugansk para outras regiões", destacou.

"Há tentativas de desestabilizar a situação em Kharkiv (leste), Odessa (sul), Dnipropetrovsk (leste), Zaporijjia (sudeste), Kherson e Mykolaiev (sul)", afirmou.

Estas oito regiões, juntas, constituiriam um amplo arco de território contíguo à Crimeia e Transnistria (região separatista da Moldávia), que a Rússia controla de fato.

Turchynov disse ainda que teme "atos de sabotagem" da Rússia durante os feriados do início de maio.

O Serviço de Segurança Ucraniano (SBU) afirmou nesta quarta-feira ter descoberto um grupo de sabotadores que preparava um atentado para a festa de 9 de maio, que comemora tanto na Rússia como na Ucrânia a vitória sobre a Alemanha nazista em 1945.

"Os criminosos se preparavam para cometer um atentado com explosivos no momento em que os veteranos de guerra depositassem flores no monumento da Segunda Guerra mundial em Mykolaiev", afirmaram fontes do SBU.

O presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro Dmitri Medvedev pretendem visitar a Crimeia depois do tradicional desfile militar previsto para o mesmo dia em Moscou, segundo a imprensa russa.


Os rebeldes pró-Moscou prosseguiram nos últimos dias com a ampliação de seu domínio sobre uma série de cidades do leste da Ucrânia, controlando atualmente locais estratégicos (prefeitura, quartel da polícia e prédios das forças de segurança) em mais de 10 cidades.

A prefeitura da cidade de Gorlivka foi ocupada nesta quarta-feira por militantes pró-Rússia, mas os rebeldes não interromperam o trabalho da administração.

Na terça-feira, 3.000 manifestantes favoráveis a Moscou ocuparam um edifício da administração regional em Lugansk.

Incerteza sobre observadores da OSCE

O destino dos observadores da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa), retidos por militantes pró-Rússia em Slaviansk, reduto rebelde do leste da Ucrânia, permanece incerto.

"É um bom sinal que o inspetor sueco tenha sido liberado. Infelizmente nos últimos dias não percebemos sinais positivos de Slaviansk que indiquem que vão liberar os inspetores", declarou em Viena o embaixador ucraniano na OSCE, Igor Prokopchuk.

"Os observadores são reféns", disse.

No campo da economia, a Ucrânia registrou uma queda de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, na comparação com o período anterior.

Em ritmo anual, a queda do PIB foi de 1,1%, segundo o Instituto de Estatísticas Ukrstat.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrise políticaEuropaRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal