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Ucrânia diz não ver sinal de recuo de soldados russos na fronteira

Oleksiy Danilov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, disse em entrevista que a Rússia tem 92 mil soldados na divisa, mas que precisaria de muitos mais se fosse realmente invadir seu país

Ucrânia: Oleksiy Danilov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, em entrevista à Reuters (Valentyn Ogirenko/Reuters)
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Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2021 às 14h56.

Última atualização em 15 de dezembro de 2021 às 14h58.

A Rússia não realizou qualquer movimentação para retirar os soldados que concentrou na fronteira com a Ucrânia , mas não há sinal de que uma invasão russa seja iminente, disse uma autoridade de segurança ucraniana de primeiro escalão nesta quarta-feira.

Oleksiy Danilov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, disse à Reuters em uma entrevista que a Rússia tem 92 mil soldados na divisa, mas que precisaria de muitos mais se fosse realmente invadir seu país.

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Danilov disse que o governo ucraniano continua preocupado com o reforço militar e que não houve nenhuma grande mudança na situação desde uma videoconferência do dia 7 de dezembro na qual o presidente dos EUA, Joe Biden, alertou o presidente russo, Vladimir Putin, a não invadir a Ucrânia.

"Nada mudou", disse Danilov, cujo conselho poderoso reúne autoridades militares e de segurança de alta patente. "Houve algum (aumento no número de soldados), mas não crítico o suficiente para dizermos 'é isso, (uma invasão) vai acontecer agora'".

Ele disse que a Rússia precisaria de ao menos 500 mil a 600 mil soldados na fronteira "para poder manter a situação sob controle no caso de uma ofensiva".

Danilov disse que a Rússia poderia elevar o número de soldados muito rapidamente e a qualquer momento, mas que precisaria de mais de 24 horas para levar soldados suficientes à divisa para organizar uma invasão.

O governo ucraniano espera que o Ocidente o ajude com suprimentos de armas em tal caso, disse.

A Rússia, que anexou a região ucraniana da Crimeia em 2014, nega planejar um ataque, mas acusa os Estados Unidos e a Ucrânia de comportamento desestabilizador.

O governo russo pede garantias de segurança de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não se expandirá para o leste, mas a aliança militar rejeita as exigências de revogação de um compromisso de 2008 com a Ucrânia para que esta se torne sua integrante um dia. Líderes da União Europeia alertam para mais sanções contra a Rússia se esta invadir a Ucrânia.

Danilov disse que a Ucrânia não planeja agravar a situação se movimentando para retomar o controle do leste do país, onde separatistas apoiados pela Rússia estão combatendo forças do governo ucraniano.

A Ucrânia precisa tomar parte de quaisquer conversas sobre suas aspirações a uma filiação à Otan, disse o secretário.

"Não acataremos ordens de ninguém, não toleraremos nenhum czar, somos um tipo de povo diferente", afirmou.

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