Guerra Ucrania (Oliver Weiken/picture alliance /Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 29 de setembro de 2023 às 14h45.
Última atualização em 29 de setembro de 2023 às 16h01.
A Ucrânia afirma que nas últimas semanas retomou regiões no sul e leste do país, além de ter intensificado ataques na Crimeia e no território russo. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou na quinta-feira, 29, que as tropas ucranianos estão "gradualmente ganhando terreno". Parte do avanço em meio a longa contraofensiva ucraniana tem como responsável as novas armas de fabricação nacional usadas na guerra.
Na semana passada, quartel-general da frota russa no Mar Negro, em Sebastopol, pegou fogo, em mais um ataque ucraniano em alvos militares e de infraestrutura da Rússia. Segundo levantamento da BBC Verify, desde janeiro desse ano, mais de 160 ataques de drones foram detectados na Rússia. Os aliados da Ucrânia na Otan delimitaram que os armamentos fornecidos não devem ser utilizados para atacar o território russo, por isso, os ucranianos aceleraram, com apoio da iniciativa privada, o desenvolvimento de armas.
Em 28 de agosto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, realizou uma reunião com os principais fabricantes nacionais de armas para aumentar a produção de munições, drones, veículos blindados e mísseis. Entre as armas ucranianas que já estão em uso na guerra estão dois tipos de drones.
O drone UJ-22, da empresa Ukrjet, é um equipamento de reconhecimento que foi transformado em um drone-bomba com alcance de 800 quilômetros. O outro avião não-tripulado é chamado de Bober, que não teve produtor divulgado, e possui um alcance de mil quilômetros. A imprensa ucraniana acredita que o Bober foi responsável pelo ataque no início de agosto contra um distrito financeiro de Moscou.
Além desses dois modelos, os ucranianos começaram a utilizar drones feitos de papelão, para escapar de radares russos e reduzir o custo de produção. Eles transportam minas de fragmentação, que soltam pequenos projéteis. Apesar de não ter o poder de destruição de cargas explosivas, os ataques podem causar danos. O Serviço de Segurança Ucraniano (SSU) afirmaram que o ataque de 27 de agosto contra a base aérea russa de Kursk foi realizado com esse modelo.
Na última quinta-feira, 28, a CNN americana revelou que os ucranianos estão utilizando drones "vampiros" para ataques noturnos no sul do país. As armas são equipadas com visão noturna, o que dá possibilita ataques precisos contra as forças russas durante a noite.
Outra novidade revelada por Kiev nas últimas semanas foi o sucesso do teste do primeiro míssil de cruzeiro ucraniano, que fará com que o país não dependa mais dos mísseis britânicos Storm Shadow. Em entrevista no começo de setembro, o secretário do Conselho Nacional de Segurança da Ucrânia, Oleksii Danilov, afirmou que os mísseis nacionais podem alcançar 1.500 quilômetros dentro do território russo.
Na quarta-feira, 13, um ataque com 10 mísseis de cruzeiro contra um estaleiro russo em Sebastopol, na Crimeia, danificou dois navios de guerra russos, informou o Ministério da Defesa do país. O governo ucraniano não confirmou se os ataques ocorreram com o míssil ucraniano ou britânico.