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Turquia fecha rota de imigração em meio a tensão entre Bielorrússia e UE

O Reino Unido anunciou ontem que uma "pequena equipe" de militares foi enviada para ajudar a "resolver a situação na fronteira com a Bielorrússia"

Migrantes na fronteira da Bielorrússia com a Turquia
12/11/2021
 (Ramil Nasibulin/BelTA/Reuters)

Migrantes na fronteira da Bielorrússia com a Turquia 12/11/2021 (Ramil Nasibulin/BelTA/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de novembro de 2021 às 10h05.

A Turquia - um importante centro de tráfego aéreo entre Oriente Médio e Europa - proibiu cidadãos de Síria, Iêmen e Iraque de comprar passagens aéreas para Bielorrússia, em uma tentativa de evitar sanções por seu papel na chegada de centenas de refugiados do Oriente Médio na fronteira oriental da União Europeia. A decisão foi elogiada pelo bloco europeu.

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Em mais um desdobramento da crise na fronteira entre Bielorrússia e Polônia, o Ministério da Defesa britânico anunciou ontem que uma "pequena equipe" de militares foi enviada para ajudar a "resolver a situação na fronteira com Bielorrússia".

"O Reino Unido e a Polônia têm uma longa história de amizade e são aliados da Otan. Uma pequena equipe das Forças Armadas do Reino Unido foi enviada após um acordo com o governo polonês para explorar como podemos fornecer suporte de engenharia", disse o ministério, em comunicado.

SANÇÕES

A equipe de dez militares ficará alguns dias na Polônia para visitar a região a pedido do governo polonês. As tropas ajudarão a arrumar e reforçar as cercas que dividem o país de Bielorrússia. Segundo o Ministério da Defesa britânico, a operação te m um objetivo operacional, e não de patrulhamento.

A UE acusa Bielorrússia de organizar os deslocamentos de migrantes, entregando vistos e até fretando voos, para tentar criar uma crise migratória na Europa, em retaliação às sanções internacionais contra Alexander Lukashenko, que nega participação na crise. A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi quem alertou sobre possíveis sanções da UE contra companhias aéreas de países que facilitam o fluxo de migrantes.

A Turkish Airlines, que é 49% estatal, e a Belavia, a companhia aérea belarussa, confirmaram que não transportarão mais cidadãos de alguns países do Oriente Médio para Bielorrússia, dias antes do planejado anúncio de sanções que poderiam afetar o setor aéreo.

DEFESA

O chanceler russo, Serguei Lavrov, negou que a Aeroflot - a linha aérea russa - tenha feito voos dos países de origem dos migrantes para Bielorrússia. A Autoridade de Aviação Civil da Turquia divulgou um comunicado ontem oferecendo reembolsos a clientes que já haviam comprado passagens.

A decisão turca bloqueia uma das principais rotas usadas pelos migrantes que tentam chegar à Europa usando Bielorrússia, mas outras permanecem abertas, o que deve manter a crise viva.

Dezenas de voos especiais partem de países do Oriente Médio para Minsk todas as semanas. Atualmente, há cerca de 4 mil imigrantes no lado belarusso da fronteira e a cada dia chegam mais pessoas. Ontem, o Iraque se ofereceu para repatriar seus cidadãos que estão presos na fronteira entre Bielorrússia e Polônia.

Desde outubro de 2020, a UE impõe sanções Bielorrússia, em razão das eleições consideradas fraudulentas, da repressão a opositores e do pouso forçado de um avião de uma companhia irlandesa para prender o jornalista dissidente Roman Protasevich. Lukashenko ameaçou, na quinta-feira, cortar o fornecimento de gás à Europa se houver mais sanções, abrindo uma nova frente em seu confronto com o bloco.

Tropas aéreas russas e belarussas organizaram ontem "exercícios de combate" perto da fronteira entre Bielorrússia e Polônia. As manobras, assim como o envio de soldados poloneses e belarussos à fronteira entre os dois países, provocam o temor de uma escalada no Leste Europeu, cenário da nova queda de braço entre a Rússia e o Ocidente. (Com agências internacionais)

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