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Turquia busca fim negociado de protestos contra governo

Erdogan se encontrou com uma delegação composta principalmente por artistas, mas também incluindo dois membros do grupo Solidariedade Taksim


	A repressão policial pesada há quase duas semanas desencadeou uma onda sem precedentes de protestos contra Erdogan e seu Partido AK, de raízes islâmicas
 (REUTERS/Osman Orsal)

A repressão policial pesada há quase duas semanas desencadeou uma onda sem precedentes de protestos contra Erdogan e seu Partido AK, de raízes islâmicas (REUTERS/Osman Orsal)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 21h12.

Istambul/Ancara - O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, e o governador da província de Istambul fizeram o que parecia ser o último esforço para acabar com duas semanas de protestos contra o governo ao se reunirem com opositores dos controversos planos de revitalização de um parque da cidade.

Erdogan se encontrou com uma delegação composta principalmente por artistas, mas também incluindo dois membros do grupo Solidariedade Taksim, horas depois de dizer que sua paciência havia se esgotado e exigir a saída de manifestantes do Parque Gezi.

Separadamente, o governador de Istambul, Huseyin Avni Mutlu, propôs uma reunião com manifestantes da Praça Taksim, o epicentro dos protestos, em um café para discutir as exigências para que o governo abandone os planos de construir um centro comercial com características da era otomana no parque, que fica ao lado da praça.

"Para aqueles que quiserem conversar cara a cara nesta noite, a partir de meia-noite vamos falar em grupos, se necessário, até de manhã", disse Mutlu em sua conta no Twitter.

A repressão policial pesada há quase duas semanas desencadeou uma onda sem precedentes de protestos contra Erdogan e seu Partido AK, de raízes islâmicas, atraindo uma ampla aliança de secularistas, nacionalistas, trabalhadores, sindicalistas e estudantes.

Erdogan já discutiu os planos da construção no parque com várias pessoas que apoiam os manifestantes, mas até quinta-feira havia se recusado a se reunir com o grupo Solidariedade Taksim, no centro da campanha para proteger o parque.

Na noite desta quinta-feira, ele pareceu sugerir que centenas de manifestantes, acampados em barracas no Parque Gezi, poderiam ser expulsas pela força, embora Mutlu disse mais tarde que não havia planos imediatos.


"Nossa paciência chegou ao fim. Estou dando o meu aviso pela última vez. Digo às mães e aos pais para, por favor, pegarem seus filhos pela mão e levarem para fora ... o Parque Gezi não pertence às forças de ocupação, mas ao povo", disse ele.

A Praça Taksim, onde a polícia disparou gás lacrimogêneo e milhares saíram correndo para ruas laterais duas noites atrás, estava lotada, mas calma durante a noite. Algumas pessoas reunidas em grupos cantavam e dançavam, enquanto outras ouviam um pianista que passou a morar em meio aos manifestantes.

A polícia antichoque protegia uma estátua de Mustafa Kemal Ataturk, fundador da república turca moderna, de um lado da praça e o Centro Cultural Ataturk, do outro, ambos alvos de manifestantes que pretendiam pendurar bandeiras nos últimos dias.

A polícia disparou gás lacrimogêneo e canhões de água dia após dia em cidades como Ancara na semana passada, enquanto os jovens atiravam pedras e coquetéis molotov nos piores distúrbios da Turquia durante anos. Três pessoas, incluindo um policial, morreram e cerca de 5 mil pessoas ficaram feridas, de acordo com a Associação Médica da Turquia.

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