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Tunisiana deixa Femen e acusa grupo de islamofobia

Militante tunisiana Amina Sboui anunciou que deixará o grupo Femen, acusado por ela de islamofobia

Amina Sboui, ativista colocada em liberdade: "não quero que meu nome seja associado a uma organização islamofóbica", disse (Beichir Bettaieb/AFP)

Amina Sboui, ativista colocada em liberdade: "não quero que meu nome seja associado a uma organização islamofóbica", disse (Beichir Bettaieb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2013 às 09h49.

Túnis - A militante tunisiana Amina Sboui, colocada em liberdade no início de agosto após dois meses e meio de detenção, anunciou nesta terça-feira que deixará o grupo feminista Femen, acusado por ela de islamofobia.

"Não quero que meu nome seja associado a uma organização islamofóbica. Não gostei da ação na qual as meninas (do Femen) gritavam '+Amina Akbar, Femen Akbar+' (uma paródia de oração) ante a embaixada da Tunísia na França, ou quando queimaram a bandeira do Tawhid (dogma fundamental do Islã) ante a mesquita de Paris", disse à edição do Magreb do site de informação Huffington Post.

"Isso afetou muitos muçulmanos e muitos de meus familiares. É preciso respeitar a religião de cada um", afirmou.

Amina se referia a duas ações levadas adiante pelo Femen na França para apoiá-la quando estava detida por ter pintado em maio a palavra "Femen" no muro de um cemitério em Kairouan (150 km ao sul de Túnis) para denunciar uma manifestação salafista.

Amina, de 18 anos, também criticou a "opacidade" na forma de financiamento do Femen, organização feminista fundada na Ucrânia, mas agora baseada em Paris, e conhecida por suas ações com os seios à mostra em apoio aos direitos das mulheres e contra as ditaduras.

A jovem tunisiana, que foi ameaçada em março por ter publicado na internet fotografias com os seios à mostra ao estilo das Femen, foi detida em 19 de maio durante sua ação de protesto no cemitério.

A detenção de Amina desencadeou um movimento de solidariedade na Tunísia e no exterior. ONGs, opositores e militantes de direitos humanos viram em sua detenção uma prova de puritanismo que os islamitas do Ennahda - que dirige o governo - querem impor no país.

Três militantes europeias do Femen também foram presas na Tunísia durante várias semanas por terem realizado uma ação com os seios à mostra para apoiar a jovem.

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