Donald Trump: Milhares de apoiadores de Trump invadiram o Capitólio há nove meses, em uma tentativa de reverter a vitória eleitoral de Joe Biden (JIM WATSON / AFP/Getty Images)
AFP
Publicado em 19 de outubro de 2021 às 09h37.
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump entrou com uma ação para bloquear a divulgação de documentos da Casa Branca relacionados ao ataque de 6 de janeiro ao Capitólio - que ele foi acusado de estimular -, segundo registros judiciais divulgados nesta segunda-feira.
O ex-presidente invocou o "direito executivo" de manter certas informações sob sigilo, para evitar que ex-assessores forneçam provas ao Congresso, em uma escalada dos esforços do magnata republicano para bloquear o trabalho dos investigadores da casa. A impugnação deve resultar em uma briga prolongada nos tribunais, que testará a autoridade constitucional do Congreso para investigar o Executivo.
Milhares de apoiadores de Trump invadiram o Capitólio há nove meses, em uma tentativa de reverter a vitória eleitoral de Joe Biden. Eles foram encorajados por Trump, que havia feito mais cedo um discurso inflamado envolvendo alegações de fraude.
Os investigadores do Congresso buscam depoimentos de funcionários que possam explicar o quanto Trump sabia sobre o ataque e o que ele fez enquanto o mesmo acontecia. Desde o fim de agosto, o Arquivo Nacional envia a Biden e Trump documentos volumosos exigidos pelos investigadores, dando aos mesmos 30 dias para revisar o material.
A Suprema Corte determinou que o presidente do país pode manter alguns documentos e conversas confidenciais, a fim de permitir conversas mais francas com seus assessores. No entanto, nenhum tribunal se pronunciou sobre uma extensão desse privilégio a ex-presidentes.
Por enquanto, o atual presidente, Joe Biden tem a palavra final sobre o assunto, e já permitiu a divulgação de um primeiro lote de documentos, apesar das objeções de seu antecessor.
Embora pareça provável que Trump perca o processo, a tentativa pode atrasar a divulgação dos arquivos por meses ou anos, ameaçando adiar o relatório sobre o ataque para uma data mais próxima das eleições de metade de mandato de 2022, o que permitiria alegações de parcialidade por parte do entorno de Trump.