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Trump critica operação do FBI contra seu advogado: "Caça às bruxas"

Trump chamou equipe do procurador especial Robert Mueller de grupo tendencioso de pessoas

Donald Trump: presidente norte-americano ainda chamou buscas de "ação infame" (Andrew Harrer/Bloomberg/Bloomberg)

Donald Trump: presidente norte-americano ainda chamou buscas de "ação infame" (Andrew Harrer/Bloomberg/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 9 de abril de 2018 às 20h10.

Última atualização em 9 de abril de 2018 às 22h06.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou "vergonhosa" a decisão do FBI de efetuar nesta segunda-feira uma operação de busca e apreensão no escritório de seu advogado pessoal, Michael Cohen.

"Acabo de ouvir que entraram no escritório de um de meus advogados pessoais. É uma situação vergonhosa. É uma total caça às bruxas", disse Trump aos jornalistas ao reunir-se na Casa Branca com líderes do Pentágono para falar sobre a Síria.

O FBI realizou hoje uma operação de busca e apreensão no escritório de Cohen em Nova York e confiscou registros relacionados com diferentes assuntos, entre eles os pagamentos para a atriz pornô Stormy Daniels para que mantivesse silêncio sobre uma relação que supostamente teve com o presidente.

"Quando me informei disto, (pensei que) este é um nível de injustiça completamente novo", afirmou Trump.

O advogado de Cohen, Stephen Ryan, assegurou que a operação não está diretamente relacionada com a investigação realizada pelo promotor especial Robert Mueller, que investiga os supostos laços entre o Kremlin e a campanha de Trump para influenciar nas eleições de 2016.

No entanto, Ryan disse crer que Mueller deu informação aos promotores de Nova York, que depois fizeram a sua própria investigação e ordenaram a operação do FBI nos escritórios de Cohen.

Trump, por sua vez, centrou suas críticas na equipe de Mueller, que qualificou como "o grupo de pessoas mais problemáticas que jamais viu".

"Esta gente tem os maiores conflitos de interesse que jamais vi. Todos são democratas. Ou são democratas ou alguns deles são republicanos que trabalharam para o ex-presidente (Barack) Obama. Não estão olhando para o outro lado, para Hillary Clinton", protestou Trump.

"E fizeram uma batida no escritório de um advogado pessoal cedo nesta manhã. É uma vergonha. Já falaremos mais disso", acrescentou.

Além disso, Trump voltou a criticar seu procurador-geral, Jeff Sessions, que decidiu afastar-se das decisões relacionadas com a investigação sobre a Rússia devido ao seu envolvimento na campanha eleitoral republicana de 2016.

"O procurador-geral cometeu um terrível erro quando fez isto e quando se afastou. Deveria ter nos avisado que se afastaria e teríamos nomeado outro procurador-geral. Fez algo que eu considero um erro muito terrível para nosso país", ressaltou Trump.

Segundo informou o jornal "The Washington Post", o advogado de Trump está sendo investigado por violação das leis de financiamento eleitoral e fraude bancária, crime este último que acarreta uma pena de até 30 anos de prisão.

Na reta final das eleições de 2016, quando explodiram vários casos de abusos sexuais sobre Trump, Cohen supostamente pagou US$ 130.000 a Daniels, cujo nome real é Stephanie Clifford, para manter em segredo o romance que teve em 2006 com o atual presidente.

O pagamento poderia ter violado as leis americanas sobre financiamento eleitoral, se for considerado que tinha como objetivo preservar uma boa imagem de Trump, como candidato, em um momento especialmente crítico do processo eleitoral.

 

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