Mundo

Tribunal ordena Rússia a pagar 5,4 milhões de euros à Holanda

O país foi condenado por violar vários artigos da Convenção sobre o Direito do Mar quando capturou em 2013 um quebra-gelo do Greenpeace

Navio "Arctic Sunrise": a Rússia deve pagar 1,7 milhão de euros pelos danos causados à embarcação (foto/Getty Images)

Navio "Arctic Sunrise": a Rússia deve pagar 1,7 milhão de euros pelos danos causados à embarcação (foto/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 18 de julho de 2017 às 16h09.

Bruxelas - O Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia ordenou nesta terça-feira que a Rússia pague 5,4 milhões de euros à Holanda por violar vários artigos da Convenção sobre o Direito do Mar quando capturou em 2013 o quebra-gelo "Arctic Sunrise" do Greenpeace, com 30 tripulantes da ONG a bordo.

Em uma decisão unânime de 14 de agosto de 2015, a corte da Haia já havia considerado que a Rússia violou suas obrigações com a Holanda ao mandar seus agentes de segurança subirem a bordo do "Arctic Sunrise" para inspecioná-lo, deter a tripulação e expropriar o barco sem o consentimento prévio desse país, sob cuja bandeira navegava a embarcação.

O tribunal indicou então que as questões sobre o montante da indenização e os juros que Moscou deve pagar seriam resolvidos em uma fase posterior dos procedimentos.

Na decisão de hoje, Haia considera que a Rússia deve pagar 1,7 milhão de euros pelos danos causados à embarcação, 600.000 euros pelos danos não materiais à tripulação derivada de sua detenção e indiciamento na Rússia e outros 2,5 milhões de euros pelo dano material resultante das medidas adotadas por Moscou contra os tripulantes.

Em um comunicado, o ministro de Assuntos Exteriores holandês, Bert Koenders, elogiou decisão da corte de arbitragem e manifestou sua esperança de que a Rússia pague os 5,4 milhões, segundo o portal de notícias "DutchNews".

"A decisão deixa claro que os barcos em águas internacionais não podem ser simplesmente abordados e a sua tripulação, detida", declarou Koenders.

O ministro holandês salientou que o "Arctic Sunrise" estava fazendo uso do seu direito a manifestar-se, pois participava de um protesto contra atividades de perfuração petroleira no Ártico.

Os "30 do Arctic" foram libertados pagando uma fiança em 29 de novembro de 2013 e anistiados por decreto do parlamento russo a respeito dos delitos de vandalismo, depois que inicialmente tenham sido acusados de pirataria.

Os tripulantes não russos puderam deixar a Rússia em 29 de dezembro de 2013 e, em 6 de junho de 2014, Moscou suspendeu a detenção que pesava sobre o barco.

Os tripulantes do "Arctic Sunrise" procediam de Rússia, Estados Unidos, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia, França e Brasil.

Em 1º de agosto de 2014 o barco zarpou de Murmansk (Rússia) para retornar à Holanda e, em 24 de setembro desse ano, Moscou encerrou formalmente o caso.

Acompanhe tudo sobre:DireitosGreenpeaceHolandaRússia

Mais de Mundo

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos

Israel mata membros do alto escalão do braço armado do Hamas na Cidade de Gaza

Lavrov diz que os EUA devem dar “primeiro passo” para restaurar o diálogo com a Rússia