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Transição energética custará à Europa bilhões de euros

A transição energética demandará investimentos da ordem de centenas de bilhões de euros de Alemanha, Reino Unido e Espanha, estimou um estudo

Usina hidrelétrica é vista no rio Danúbio, na Alemanha: conta deverá ser mais alta na Alemanha, que começou a abandonar a energia nuclear (Armin Weigel/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2013 às 11h46.

Paris - A transição energética demandará investimentos da ordem de centenas de bilhões de euros de Alemanha, Reino Unido e Espanha nas próximas décadas, estimou um estudo publicado nesta segunda-feira pela escola francesa de altos estudos HEC Paris e a consultoria global Kurt Salmon.

"A constatação é implacável: nossos países vão precisar de centenas de bilhões de euros de financiamento ao curso das duas próximas décadas para atender a seus objetivos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa ", destacou o estudo.

Os três países analisados responderam, sozinhos, por 40% do consumo de petróleo na União Europeia em 2012. Cada um adotou trajetórias diferentes para reduzir a dependência de suas economias em energias fósseis emissoras de CO2.

A conta deverá ser mais alta na Alemanha, que começou a abandonar a energia nuclear e estuda "um novo modelo de crescimento econômico", favorecendo as energias renováveis.

Serão necessários até € 400 bilhões para financiar a transição, sem que o impacto sobre o emprego possa ser quantificado com precisão, afirmaram os autores do estudo.

"Isto corresponde a um terço dos esforços feitos para a reunificação da Alemanha (com custo de € 1,3 trilhão)", destacaram, evocando particularmente como caminhos de financiamento o aumento do preço no atacado da eletricidade e da tonelada de CO2.

Em 2050, a conta poderia, inclusive, chegar a € 580 bilhões.

O Reino Unido fez a escolha inversa: sua estratégia de descarbonização se traduz pelo relançamento de seu programa nuclear, como demonstra o acordo concluído no fim de outubro com a gigante francesa EDF para a construção de dois reatores EPR. O objetivo é, sobretudo, melhorar a produtividade do setor elétrico no país para reforçar sua competitividade, destacou o estudo.

As necessidades de investimento são estimadas em € 200 bilhões até 2050, dos quais € 130 bilhões para a reestruturação do setor elétrico até 2030.

Por fim, na Espanha, constatou-se o fracasso da transição energética iniciada nos anos 2000 em razão de um déficit tarifário induzido por um forte nível de suporte público às energias renováveis e não ao seu financiamento inicial pelo consumidor privado.

Sendo assim, o país faz frente a uma dívida acumulada de € 26 bilhões de seu setor elétrico entre 2005 e 2013. "Segundo os indícios, não deve haver ali o relançamento da transição energética na Espanha sem uma verdadeira reforma estrutural do setor elétrico e o saneamento das finanças públicas", escreveram os autores do estudo.

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Paris - A transição energética demandará investimentos da ordem de centenas de bilhões de euros de Alemanha, Reino Unido e Espanha nas próximas décadas, estimou um estudo publicado nesta segunda-feira pela escola francesa de altos estudos HEC Paris e a consultoria global Kurt Salmon.

"A constatação é implacável: nossos países vão precisar de centenas de bilhões de euros de financiamento ao curso das duas próximas décadas para atender a seus objetivos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa ", destacou o estudo.

Os três países analisados responderam, sozinhos, por 40% do consumo de petróleo na União Europeia em 2012. Cada um adotou trajetórias diferentes para reduzir a dependência de suas economias em energias fósseis emissoras de CO2.

A conta deverá ser mais alta na Alemanha, que começou a abandonar a energia nuclear e estuda "um novo modelo de crescimento econômico", favorecendo as energias renováveis.

Serão necessários até € 400 bilhões para financiar a transição, sem que o impacto sobre o emprego possa ser quantificado com precisão, afirmaram os autores do estudo.

"Isto corresponde a um terço dos esforços feitos para a reunificação da Alemanha (com custo de € 1,3 trilhão)", destacaram, evocando particularmente como caminhos de financiamento o aumento do preço no atacado da eletricidade e da tonelada de CO2.

Em 2050, a conta poderia, inclusive, chegar a € 580 bilhões.

O Reino Unido fez a escolha inversa: sua estratégia de descarbonização se traduz pelo relançamento de seu programa nuclear, como demonstra o acordo concluído no fim de outubro com a gigante francesa EDF para a construção de dois reatores EPR. O objetivo é, sobretudo, melhorar a produtividade do setor elétrico no país para reforçar sua competitividade, destacou o estudo.

As necessidades de investimento são estimadas em € 200 bilhões até 2050, dos quais € 130 bilhões para a reestruturação do setor elétrico até 2030.

Por fim, na Espanha, constatou-se o fracasso da transição energética iniciada nos anos 2000 em razão de um déficit tarifário induzido por um forte nível de suporte público às energias renováveis e não ao seu financiamento inicial pelo consumidor privado.

Sendo assim, o país faz frente a uma dívida acumulada de € 26 bilhões de seu setor elétrico entre 2005 e 2013. "Segundo os indícios, não deve haver ali o relançamento da transição energética na Espanha sem uma verdadeira reforma estrutural do setor elétrico e o saneamento das finanças públicas", escreveram os autores do estudo.

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