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Trabalhistas pedem renúncia de ministro britânico por sua ligação com Murdoch

Jeremy Hunt teria pedido ajuda da News Corporation para assessorar governo

Jeremy Hunt, ministro da Cultura britânico (James Firth)

Jeremy Hunt, ministro da Cultura britânico (James Firth)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2012 às 15h58.

Londres - O Partido Trabalhista britânico, o mais importante da oposição, pediu neste sábado a renúncia do ministro da Cultura, Jeremy Hunt, após revelações que sugerem que o dirigente pediu ajuda do grupo News Corporation, do empresário Rupert Murdoch, para assessorar o governo no caso das escutas ilegais na imprensa do Reino Unido.

Os trabalhistas classificaram de 'absolutamente inaceitável' a atitude do ministro. Segundo um e-mail revelado nesta sexta-feira, o gabinete do ministro da Cultura pediu a Rebekah Brooks, ex-conselheira do News International, braço britânico do império de Murdoch, que auxiliasse Hunt e o governo em sua posição oficial sobre o escândalo das escutas telefônicas do jornal 'News of the World'.

O documento foi revelado na comissão Leveson, que investiga a ética dos meios de comunicação britânicos. Rebekah, considerada braço direito de Murdoch, prestou depoimento ontem.

O e-mail, enviado em 27 de junho de 2011, dizia também que o ministro iria fazer uma declaração no Parlamento 'extremamente útil' sobre a tentativa da News Corporation de adquirir a totalidade das ações da operadora de televisão BSkyB.

O texto afirmava que o ministro faria referência ao escândalo das escutas, mas que o político acreditava que o governo não deveria levar isso em conta para autorizar a compra.

O líder trabalhista, Ed Miliband, disse hoje que é 'inadmissível' que o ministro de Cultura continue em seu cargo e assegurou que a quantidade de provas sobre seus vínculos com o News Corporation enquanto avaliava a operação da BSkyB torna 'insustentável' sua situação.

'Ele se colocou a favor de Rupert Murdoch quando o que deveria ter feito é defender os interesses dos britânicos', criticou Miliband em declarações à 'BBC'.

Outros integrantes do partido também pediram a renúncia de Hunt, que voltou a afirmar hoje que seu comportamento 'não foi inadequado'.

A imprensa do Reino Unido considera que as novas revelações aumentam a pressão sobre o ministro da Cultura, que era a pessoa encarregada no governo de autorizar a compra da BSkyB, avaliada em oito bilhões de libras. A operação foi cancelada após o escândalo das escutas.

Em 25 de abril, um assessor especial do ministro renunciou após reconhecer que os vínculos de Hunt com o império do magnata Rupert Murdoch 'foram demais longe'.

Adam Smith apresentou sua demissão após a publicação de outros e-mails que revelavam que Hunt apoiou o plano de Murdoch para obter o controle da BSKyB. EFE

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