Nicarágua: chanceler do país na OEA acusou os EUA de uma "ingerência" própria de épocas passadas (Oswaldo Rivas/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de julho de 2018 às 18h57.
Washington - O embaixador Todd Robinson, conselheiro para Assuntos da América Central do Departamento de Estado dos Estados Unidos, avisou nesta quinta-feira que "todas as ações estão sobre a mesa" para a crise Nicarágua, mas evitou detalhar se o seu governo imporá mais sanções contra funcionários nicaraguenses.
"Não podemos discutir especificamente as medidas de sanções agora, mas posso dizer que todas as ações estão sobre a mesa", afirmou Robinson em uma coletiva com a imprensa.
Até agora, os Estados Unidos revogaram 20 vistos de funcionários e outros indivíduos supostamente envolvidos em violações de direitos humanos durante os protestos contra o Executivo do presidente nicaraguense, Daniel Ortega, que deixaram mais de 350 mortos em três meses.
Além disso, no último dia 5 de julho, os EUA sancionaram o chefe da Polícia Nacional, Francisco Díaz, consogro de Ortega, assim como o vice-presidente da companhia petrolífera Albanisa, Francisco López, e Fidel Moreno Briones, secretário-geral da prefeitura de Manágua e que atuou como "líder" da Juventude Sandinista.
Esses indivíduos tiveram bloqueado seu acesso às transações financeiras em território americano.
Robinson insistiu hoje que o único "caminho para a paz na Nicarágua" continua sendo a convocação de eleições "antecipadas, livres, justas e transparentes", ou seja, uma antecipação do pleito presidencial fixado para 2021.
Ontem na OEA, o chanceler nicaraguense, Denis Moncada, culpou pela violência na Nicarágua "grupos terroristas internacionais" e acusou os EUA de uma "ingerência" própria de épocas passadas.
Em resposta, Robinson disse hoje que "a violência de um lado provoca a violência de outros, e essa violência começou com o governo da Nicarágua contra sua própria gente".
Os protestos contra Ortega começaram devido a fracassadas reformas da seguridade social e se transformaram em um movimento que pede a renúncia do presidente, depois de 11 anos no poder.
"Vamos utilizar todas as ferramentas que temos para continuar pressionando o governo de Ortega", ressaltou Robinson.