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Tillerson afirma que "quase não há confiança" entre EUA e Rússia

Tillerson confirmou que a relação com a Rússia, que Trump tinha prometido revitalizar durante sua campanha eleitoral, está em um ponto muito baixo

Rex Tillerson: segundo o secretário, as duas potências precisam identificar algo no que trabalhar juntas (Yuri Gripas/Reuters)

Rex Tillerson: segundo o secretário, as duas potências precisam identificar algo no que trabalhar juntas (Yuri Gripas/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de maio de 2017 às 16h48.

Washington - O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou nesta quarta-feira que "quase não há confiança" entre Estados Unidos e Rússia, e espera melhorar essa relação pouco a pouco a partir de agora, começando por uma reunião que terá na semana que vem no Alasca com o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.

Em um discurso perante os funcionários do Departamento de Estado, Tillerson confirmou que a relação com a Rússia, que o presidente Donald Trump tinha prometido revitalizar durante sua campanha eleitoral, está em um ponto muito baixo, e se comprometeu a tentar recuperá-la, começando pela cooperação em torno da Síria.

"Quando viajei a Moscou (em abril), disse ao presidente (russo, Vladimir) Putin que a relação entre nossas duas nações estava em seu ponto mais baixo desde a Guerra Fria. E ele não discordou. Encolheu os ombros e assentiu", disse Tillerson.

"E lhe disse que (a relação) estava se degradando, que estava piorando. E o comentário que lhe fiz foi que não podemos ter, que as duas maiores potências nucleares do mundo não podem ter este tipo de relação. Precisamos mudá-la", acrescentou.

Segundo Tillerson, as duas potências precisam identificar algo no que trabalhar juntas, "para poder começar a reconstruir algum nível de confiança, porque agora mesmo quase não há confiança entre nós".

Em sua conversa telefônica desta terça-feira, Trump e Putin decidiram que essa "primeira grande área de cooperação" seria a Síria, com a intenção de "atingir um cessar-fogo que se mantenha ativo o suficiente para poder impulsionar um processo de paz".

Uma vez que se crie confiança através dos diálogos sobre a crise na Síria, as duas potências passarão a enfrentar sua "comprida lista" de temas pendentes, como "assuntos relacionados com o acordo de armas nucleares" e também as diferenças quanto a "Ucrânia e Crimeia".

Tillerson confirmou também que na próxima semana terá uma reunião bilateral com Lavrov, seu homólogo russo, aproveitando a presença de ambos na décima reunião ministerial dos membros do Conselho do Ártico, que acontecerá nos dias 10 e 11 de maio em Fairbanks (Alasca).

"Nossos dois presidentes nos encarregaram de continuar falando disto e ver até onde podemos chegar com isso", indicou Tillerson.

As relações entre ambas potências, já deterioradas durante a presidência de Barack Obama, estremeceram no mês passado por causa da decisão de Trump de ordenar um bombardeio contra uma base aérea síria controlada pelo governo do presidente Bashar al Assad.

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