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Terrorista de Nova York se radicalizou nos EUA e é ligado ao EI

Segundo governador, "foi depois de sua chegada aos Estados Unidos que começou a se informar sobre o EI e o islã radical"

Nova York: o suspeito foi identificado como o uzbeque Sayfullo Saipov, de 29 anos (TAWHID KABIR XISAN/Reuters)

Nova York: o suspeito foi identificado como o uzbeque Sayfullo Saipov, de 29 anos (TAWHID KABIR XISAN/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de novembro de 2017 às 12h27.

Última atualização em 1 de novembro de 2017 às 16h04.

O autor do ataque terrorista desta terça-feira (31) em Nova York, que deixou oito mortos, é ligado ao Estado Islâmico, mas se radicalizou nos Estados Unidos, revelou nesta quarta-feira o governador Andrew Cuomo.

O suspeito, identificado como o uzbeque Sayfullo Saipov, de 29 anos, "é um covarde depravado associado ao EI e que se radicalizou dentro dos Estados Unidos", afirmou, em entrevista à CNN.

"Foi depois de sua chegada aos Estados Unidos que começou a se informar sobre o EI e o islã radical", explicou o governador, acrescentando que não há indícios de outros planos de atentados.

O atacante deixou perto da caminhonete branca utilizada no crime um bilhete manuscrito em árabe declarando lealdade ao EI, informou o New York Times, que cita fontes policiais.

Poucas horas após o ataque que aconteceu em Manhattan, o presidente Donald Trump determinou o reforço do programa de controle de estrangeiros que tentam entrar no país.

Em um primeiro momento, Trump qualificou o agressor de "doente e perturbado", antes de citar o grupo Estado Islâmico: "não podemos permitir ao ISIS (grupo Estado Islâmico) retornar, ou entrar, em nosso país após o termos derrotado no Oriente Médio e em outros lugares. Basta!".

Sayfullo Saipov teria chegado aos Estados Unidos em 2010 e é residente de Nova Jersey (leste), onde alugou a caminhonete utilizada no atentado.

Ele tem visto de residência permanente (green card) e trabalhava como motorista do Uber, de acordo com o New York Times, acrescentando que já estava "sob o radar" da polícia.

O presidente do Uzbequistão, Chavkat Mirzioyev, prometeu nesta quarta-feira "usar todas as suas forças e recursos para ajudar na investigação sobre este ato terrorista", e ofereceu pêsames ao presidente americano e às famílias das vítimas.

Ex-república soviética de maioria muçulmana, o Uzbequistão tem centenas de cidadãos lutando em grupos "jihadistas" no Iraque e na Síria, segundo estimativas dos serviços de segurança russos.

O ataque

O ataque aconteceu a poucas quadras do memorial do 11 de setembro de 2001 em Manhattan, perto de escolas e de um parque, enquanto crianças e seus pais se preparavam para festejar o Halloween.

Às 15h05 (17h05 de Brasília), o agressor jogou sua caminhonete branca contra ciclistas e pedestres em uma ciclovia às margens do rio Hudson e gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe) antes de ser baleado pela polícia.

Atingido no abdômen, foi submetido a uma cirurgia e deve sobreviver, de acordo com a imprensa.

Após a colisão, o homem saiu do veículo com duas armas, uma de pressão (chumbinho) e outra de paintball, informou a polícia de Nova York, que afirmou não procurar outros suspeitos.

Logo após o ataque, policiais, bombeiros e ambulâncias chegaram ao local e bloquearam várias ruas, enquanto helicópteros sobrevoavam o sul de Manhattan.

John Williams, de 22 anos, que chegou ao local pouco depois do agressor ser baleado, descreveu "um forte odor de pólvora".

"Tinha um homem ferido no chão. Parecia ter recebido um tiro. Estava cercado por policiais e paramédicos", relatou à AFP.

"Vi que dois veículos, um branco e um micro-ônibus, se chocaram. Dois homens queriam brigar na rua. Um tinha duas pistolas, uma em cada mão. No final, chegou a polícia, e escutamos três tiros", declarou Manuel Calle, 46 anos, que trabalha em um restaurante próximo.

A Chancelaria argentina informou que o ataque matou cinco argentinos, "da cidade de Rosario" (300 km ao norte de Buenos Aires), que integravam "um grupo de amigos que celebrava o 30° aniversário de formatura da Escola Politécnica desta cidade".

O governo de Mauricio Macri declarou que está prestando assistência "às famílias neste terrível momento de profunda dor, compartilhada por todos os argentinos".

Uma mulher belga também faleceu, enquanto três cidadãos desse país ficaram feridos, de acordo com Bruxelas. Um alemão também está entre os feridos.

"Com base na informação de que dispomos no momento, trata-se de um ato de terrorismo (...) particularmente covarde", disse o prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio.

"Este é um dia muito doloroso para nossa cidade. Uma terrível tragédia", ressaltou.

Um desfile de Halloween foi realizado como planejado, mas sob forte esquema de segurança, e Cuomo ordenou iluminar o World Trade Center com as cores vermelha, branca e azul da bandeira americana "em homenagem à liberdade e à democracia".

Este foi o primeiro ato vinculado ao terrorismo em Nova York desde a explosão de uma bomba artesanal, em setembro de 2016, em Chelsea, que deixou 31 feridos leves. O afegão de origem americana Ahmad Khan Rahimi foi condenado por terrorismo no início deste mês.

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