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Terremoto gera receios sobre economia do Japão; BC oferece ajuda

Líderes do governo japonês e da oposição querem um orçamento emergencial para financiar os esforços humanitários

Miyagi, a área mais afetada pelo sismo, é responsável por 1,7 por cento do PIB. Primeiro-ministro Naoto Kan pede que salvem o país (Michael Nagle/Getty Images)

Miyagi, a área mais afetada pelo sismo, é responsável por 1,7 por cento do PIB. Primeiro-ministro Naoto Kan pede que salvem o país (Michael Nagle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2011 às 20h11.

Tóquio - Montadoras de automóveis, fábricas de eletrônicos e refinarias fecharam em grande parte do Japão nesta sexta-feira, após um forte terremoto que abalou o país, produzindo um tsunami, dobrando estradas e deixando milhões de casas e empresas sem energia.</p>

Líderes dos partidos do governo japonês e da oposição querem um orçamento de emergência para ajudar a financiar os esforços humanitários, e o primeiro-ministro Naoto Kan pediu que eles "salvassem o país", segundo a agência de notícias Kyodo.

O banco central do Japão, que luta para impulsionar a economia anêmica, disse que fará o máximo para garantir a estabilidade do mercado financeiro, enquanto jatos da força aérea nacional rumam para a costa nordeste para avaliar os prejuízos do maior terremoto a atingir o país nos últimos 140 anos. O BC anunciou que antecipará a reunião de política monetária para segunda-feira, com decisão no mesmo dia.

O sismo de 8,9 graus de magnitude derrubou as ações japonesas e do resto do mundo, levando o mercado global para o menor patamar em quase seis semanas.

Vários aeroportos, incluindo o Narita, de Tóquio, estavam fechados, e as linhas ferroviárias, paralisadas. Nenhum porto funcionava no país.

A gigante de eletrônicos Sony, uma das maiores exportadoras japonesas, fechou seis fábricas, de acordo com informações da Kyodo.

"Há fábricas de carros e semicondutores no norte do Japão, portanto haverá certo impacto econômico devido aos danos nas fábricas", disse Yasuo Yamamoto, economista sênior do Mizuho Research Institute, em Tóquio.

Ao menos 44 pessoas morreram, segundo a Kyodo, e muitas ficaram feridas com o terremoto, que gerou incêndios da cidade de Sendai, no norte do Japão, até Tóquio. Um tsunami de 10 metros de altura atingiu o porto de Sendai, na província de Miyagi, a cerca de 300 quilômetros de Tóquio, mas não houve notícia de danos.


As áreas em torno de Miyagi possuem importantes zonas manufatureiras e industriais, com muitas fábricas de produtos químicos e eletrônicos. As notícias sobre a região eram incompletas e não ficou claro se algumas fábricas estavam fechadas simplesmente devido à falta de energia ou por destruições causadas pelo terremoto.

Miyagi, a área mais afetada pelo sismo, é responsável por 1,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão, de acordo com a Macquarie Research.

"Há duas preocupações básicas relacionadas à economia. A primeira é que o frágil ciclo econômico não está pronto para suportar uma interrupção significativa", disse a Macquarie em comunicado.

"A segunda é que a combinação de uma economia mais fraca com um fardo adicional sobre as finanças públicas colocará pressão de alta sobre os rendimentos pagos nos bônus."

A Toyota Motor disse que interrompeu a produção em uma fábrica de autopeças e em duas montadoras da área de Miyagi, enquanto a Nissan Motor, segunda maior automobilística do Japão, parou as operações em quatro fábricas, de acordo com a mídia local.

O terremoto aconteceu no momento em que a terceira maior economia do mundo mostrava sinais de retomada após uma contração no último trimestre de 2010. O desastre eleva as previsões de que haverá interrupções em negócios essenciais, pelo menos no curto prazo.

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