Mundo

Terremoto deixa 160 mortos no sul da Ásia

Pelo menos 135 pessoas morreram no Paquistão, enquanto o Afeganistão confirmou 31 vítimas fatais


	Trabalhadores indianos se reúnem em um estacionamento após o tremor em Nova Délhi
 (AFP / PRAKASH SINGH)

Trabalhadores indianos se reúnem em um estacionamento após o tremor em Nova Délhi (AFP / PRAKASH SINGH)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2015 às 14h16.

Cabul - Um poderoso terremoto de 7,5 graus de magnitude abalou nesta segunda-feira o sul da Ásia, principalmente as montanhas do nordeste do Afeganistão e do Paquistão, onde foram contabilizadas 160 mortes.

O tremor teve epicentro perto de Jurm, na região de Hindu Kush, a 250 km de Cabul e a uma profundidade de 213,5 quilômetros, informou o Instituto de Geologia dos Estados Unidos (USGS).

O terremoto, que durou quase um minuto, sacudiu edifícios de Cabul, Nova Délhi e Islamabad e provocou movimentos de pânico entre os moradores.

Pelo menos 135 pessoas morreram no Paquistão, segundo um balanço elaborado com base nos dados ainda desencontrados divulgados por autoridades locais e provinciais.

O Afeganistão confirmou 31 vítimas fatais, entre elas doze meninas que morreram pisoteadas num movimento de pânico ao tentarem deixar a escola.

Shah Wali Abib, governador de Badakhshan, relatou ao menos 400 casas destruídas em sua província. Ele também ressaltou as dificuldades em estabelecer contato com a zona, em razão da falta de eletricidade e cortes nas redes de comunicação.

No nordeste do Afeganistão, pelo menos 12 meninas morreram e 35 ficaram feridas ao tentar fugir de sua escola, informaram funcionários locais.

"As alunas correram para fora da escola, e acabaram sendo pisoteadas", contou à AFP Enayat Naweed, chefe do departamento de Educação de Taluqan, capital da zona tribal de Tajar.

Ao menos seis pessoas também morreram e 69 ficaram feridas na província de Nangarhar (leste), de acordo com um hospital local.

Ainda no Paquistão, ao menos 28 pessoas morreram nas zonas tribais do norte do país, na fronteira com o Afeganistão. Vinte outras morreram no noroeste, três na região de Gilgit-Baltistan e uma na parte paquistanesa da Caxemira, segundo fontes oficiais.

Mais ao sul, na capital Islamabad, os habitantes, acostumados com tremores de terra, deixaram rapidamente suas casas ou escritórios.

Habitantes em pânico

"Foi terrível, parecia 2005", declarou uma senhora.

Em Srinagar, a principal cidade da parte indiana da Caxemira, os moradores também correram para as ruas com as crianças no colo. Todos temiam um terremoto como o de 2005, que deixou 75.000 mortos e forçou 3,5 milhões de pessoas a deixar suas casas.

Mas naquela época o epicentro foi mais profundo, tornando as réplicas mais destrutivas.

"Eu nunca senti um tremor tão forte", relatou um residente de Peshawar (noroeste do Paquistão), Mohammad Rehamn, de87 anos. "Foi realmente enorme".

O tremor durou pelo menos um minuto, e pelo menos uma réplica foi sentida logo depois, com uma magnitude de 4,8, segundo o USGS.

De acordo com Arbab Muhammad Asim, chefe do distrito de Peshawar, além da mulher que morreu, mais de 100 pessoas ficaram feridas, e "muitas casas desabaram na cidade".

O diretor do setor de emergência de um hospital do governo confirmou o balanço, acrescentando que "novos feridos devem chegar".

"Esperamos que o número de vítimas não seja tão grande (como no terremoto de 2005), pois o epicentro foi muito profundo", comentou um funcionário da Autoridade Paquistanesa de Gestão de Calamidades, em condição de anonimato.

Em Srinagar, a rede de telefonia celular foi cortada e não há informações sobre os danos na região, onde em 2014 as inundações afetaram muitos edifícios, que atualmente são ainda mais vulneráveis a um terremoto.

O terremoto interrompeu temporariamente o metro de Nova Deli.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoÁsiaDesastres naturaisMortesPaquistãoTerremotos

Mais de Mundo

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano